Santana Lopes na Convenção da AD. "No combate, pomos as divergências de lado"
Pedro Santana Lopes juntou-se este domingo de surpresa à Convenção por Portugal, da Aliança Democrática, já perto do encerramento dos trabalhos, numa demonstração de apoio a uma coligação que “não é um partido, mas um movimento”. O ex-militante, líder e governante do PSD, que fundou o partido Aliança, quis propugnar que, “na altura do combate”, impõe-se colocar “as divergências de lado”.
“Fico muito satisfeito pelo CDS-PP voltar ao Parlamento”, advogou o antigo primeiro-ministro. Para acrescentar que “é um grande serviço que o líder do maior partido da coligação e da sua direção pública prestam a Portugal”.
“Temos que dar graças a Deus por ser possível reeditar esta aliança que já tanto fez por Portugal e eu queria dizer, já agora, e fez nos governos de Francisco Sá Carneiro, nos governos de Cavaco Silva, nos governos de Pedro Passos Coelho, mas também nos governos de Francisco Pinto Balsemão, nos governos de Durão Barroso, e depois houve um pequenino que foi mandado embora pelas razões que sabem”, enumerou o autarca da Figueira da Foz, referindo-se ao XVI Governo Constitucional, que chefiou de 17 de julho de 2004 a 12 de março 2005. Evocando declarações recentes de Pedro Passos Coelho, Santana Lopes afirmaria que este é “o tempo” de quem está na liderança, sustentando que os militantes devem integrar o “exército” em contexto eleitoral.
Quando a Luís Montenegro, Santana recordou o percurso do atual presidente do PSD como líder do grupo parlamentar laranja durante a intervenção da troika: “Fez um trabalho extraordinário onde provou coragem e competência no conhecimento dos dossiers sem uma falha. Esteve ao lado de Pedro Passos Coelho a dar a cara”.
“É claro como água”
Luís Montenegro, prosseguiu Pedro Santana Lopes, “agiu como um líder carismático quando disse que só governa se ganhar as eleições”. “É muito complicado, mas Luís Montenegro não hesitou. É claro como água, tal como Francisco Sá Carneiro”, clamou.
Referindo-se, depois, indiretamente ao treinador de futebol José Mourinho, afastado do comando técnico da Roma, Santana Lopes ensaiou uma comparação com a equipa de Pedro Nuno Santos no PS.
“Os governantes do PS falharam tanto nos resultados que é óbvio que têm de ser substituídos. Como é que não pedem desculpa? Mas que Partido Socialista é este?”, questionou-se.
Ainda sobre Luís Montenegro, Santana reconheceria: “Quando foi eleito líder, não acreditava nele. Juro. Ele também não gostava muito de mim. E dizia a toda a gente mas ele nunca esteve num governo. E como tive engolir o que disse”.