Reportagem

Rui Rio reeleito presidente do PSD com 52% dos votos

por RTP

José Coelho - Lusa

Rui Rio foi reeleito presidente do PSD com 52% dos votos, contra 48% de Paulo Rangel. Rio, que lidera o PSD desde janeiro de 2018, manter-se-á como o 18.º presidente do partido, sendo este o seu terceiro mandato. O 39.º Congresso do partido vai realizar-se entre 17 e 19 de dezembro, na Feira Internacional de Lisboa.

Mais atualizações

23h30 - Resultados das eleições: Rui Rio venceu com 52% dos votos

O Conselho de Jurisdição do PSD confirmou a vitória de Rui Rio nas eleições internas do PSD e declarou que o “ato eleitoral decorreu com toda a normalidade”.
Rui Rio: 18.604 votos (52,43%)

Paulo Rangel: 16.879 votos (47,57%)

Total de inscritos: 46.664

Total de votos: 35.991 militantes

Votos em branco: 319

Votos nulos: 189

23h20 - André Ventura: "Deve ser um dia muito feliz para António Costa"

O líder do Chega apelou hoje ao voto dos "militantes desapontados" do PSD e considerou que a vitória de Rui Rio nas diretas sociais-democratas traduziu-se no "dia mais feliz" da vida política de António Costa.

“Hoje deve ser um dia muito feliz para António Costa, um dos dias mais felizes da sua carreira política", afirmou André Ventura à margem do IV Congresso Nacional do Chega, que decorre até domingo em Viseu.

Ventura lembrou que Rui Rio "tem dado a mão ao PS em todos estes momentos" e comentou de seguida: Acho que agora estamos mais próximos de um Bloco Central do que estávamos há uns dias, isso ficou claro com a vitória de Rui Rio, aliás já foi assumido como uma possibilidade pelo próprio”.

De regresso à sala da Expocenter de Viseu onde decorre o congresso, o líder do Chega deixou mais um apelo ao voto dos militantes que apoiaram Paulo Rangel nas diretas de hoje.

“Resta-me dizer e deixar claro aos militantes que ficaram desapontados esta noite, que estejam fartos de um PSD permanentemente vergado ao PS e a apoiar tudo o que o PS faz”, que têm no Chega a sua opção de alternativa. Caso não queiram votar neste PSD que é o mesmo que vimos nos últimos anos e é o mesmo que se tem, permanentemente, ajoelhado a António Costa e ao PS”, concluiu.

22h45 - Rui Rio já aponta para as legislativas e afirma: "Eu vou ganhar"

Fechando o capítulo das eleições internas, Rui Rio afirma que o partido tem agora "um grande desafio pela frente, que é ganhar as eleições legislativas". "Temos de ganhar para mudar a governação do país", declara.

"Sei o que queremos em termos de grandes linhas: mais rigor e menos facilitismo", afirma. "Portugal e os portugueses não são menos que os outros portugueses. Se não queremos estar na cauda da Europa, temos de ter mais rigor", reitera, sublinhando que é preciso "mais riqueza e menos endividamento, produzir mais". "Não podemos continuar a ser o terceiro país mais endividado da Europa e um dos mais endividados do mundo. Temos de mudar este rumo", apelou.
Rui Rio diz que é preciso ""afrontar interesses instalados" para que "os portugueses tenham novos horizontes". "Para que possamos ter um país com melhores empresas, melhores empregos e melhores salários" e para evitarmos que os jovens tenham de sair do país, acrescenta.

"Não poderei fazer nada sozinho e terei de continuar com todos vós para construir um Portugal melhor", apela Rio. "Vou a eleições democráticas, vou para ganhar. Quero respeitar o resultado dessas eleições e quero que o resultado dessas eleições seja respeitado", afirma.

Questionado pelos jornalistas sobre o que fará se perder as legislativas, Rui Rio é categórico: "Eu vou ganhar". "Funciono melhor quando me picam e estou picado para ganhar as legislativas", remata o presidente reeleito.

22h25 - "É a vitória dos militantes de base do PSD”. Rui Rio faz o discurso de vitória

Rui Rio começou por agradecer a todos os militantes do PSD que participaram nestas eleições. "Engrandecem os PSD", disse o presidente reeleito do partido, afirmando que esta é, antes de mais, a vitória  dos militantes de base" do partido. 

"Os que são dirigentes nas distritais e concelhias têm de se ligar mais aos militantes", apelou Rio, afirmando que as estruturas "foram na sua esmagadora maioria num dado sentido", diferente dos militantes. Fizeram-no "por interesses pessoais", declarou. "O povo enganou-se mais uma vez" ironizou.

O presidente dos social-democratas agradeceu à sua estrutura de campanha, em particular a José Silvano. "Foi muita gente e maior parte dessas pessoas não as conheço sequer, mas trabalharam para que eu pudesse ganhar", disse Rio, deixando "um grande agradecimento a todos".

"Eu não prometi nada a ninguém. Não disse a ninguém que se votassem em mim tinham o lugar A ou B. A única coisa que as pessoas sabem é que eu não sou ingrato", afirmou.

Rio deixou ainda um agradecimento "aos portugueses que não são militantes", lembrando a forma como foi "abordado até na rua".

O líder reeleito do PSD deixou ainda um "cumprimento especial" ao seu adversário, Paulo Rangel, elogiando "a dignidade com que reconheceu a derrota".

"Encaro esta vitória como todas as outras", disse Rio, com "orgulho e satisfação e sobretudo com "sentido de responsabilidade".

21h56 - Rangel assume derrota e felicita Rui Rio pela reeleição

"Quero agradecer a todos os que me apoiaram, por vezes com grande sacrifício das suas vidas pessoais", começou por afirmar Rangel, no seu discurso de derrota.

O eurodeputado fez um apelo à unidade, relembrando que "dentro de dois meses teremos uma batalha decisiva e é muito importante que o partido esteja unido em torno da estratégia" de Rui Rio. "Temos mesmo de terçar armas", reforçou. "O prazo é exigente e impõe uma mobilização redobrada. A minha palavra é precisamente essa, de união", reiterou.

Rangel afirma que se apresentou "com uma estratégia diferente" e frisa que terão de ir a para as eleições legislativas com um único adversário em mente: António Coste e o Partido Socialista.
"Este foi sempre um ponto em que sempre insisti: como eu sempre disse e continuo a dizer isso, este processo eleitoral interno reforçou a legitimidade do líder dos PSD", declarou.

Rangel diz que não vai fazer hoje a análise dos resultados, "há tempo para essa reflexão", sublinhando que agora "é tempo de nos centrarmos nas eleições legislativas".

"Estarei com certeza nas eleições a poiar o PSD", a "colaborar com liderança" do PSD, "neste caso de Riu Rio", garante.

Questionado sobre se já fez as pazes com o seu adversário, Rangel responde que não fizeram as pazes porque nunca estiveram em guerra. "Estávamos numa contenda eleitoral", afirma o eurodeputado, acrescentando que tem uma relação "de estima e de respeito" com Rui Rio.

Rangel confirma que manterá o cargo de eurodeputado: "Eu vou cumprir aquele mandato para o qual fui eleito pelos portugueses e vou cumpri-lo até ao fim. É a minha obrigação perante o compromisso assumido". "Estou empenhado no Parlamento Europeu", remata.

21h50 - Rui Rio reeleito presidente do PSD

Rui Rio foi eleito com 52% dos votos, contra os 48% de Rangel.

21h39 - Fonte oficial da candidatura de Paulo Rangel assumiu a derrota

Rui Rio tem atualmente uma vantagem de cerca de mil votos.

21h22 - Rui Rio venceu no Porto e em Gaia e Rangel em Lisboa

Numa altura em que faltam ainda apurar 21 mil votos, Rui Rio vai com uma ligeira vantagem de 50%. Paulo Rangel aparece logo atrás, com 49,74%.

21h15 - Rui Rio e Paulo Rangel praticamente empatados

Rui Rio ganhou nos distritos de Bragança, Leiria, Viana do Castelo, Évora e nos Açores. Paulo Rangel ganhou nos distritos da Guarda, Setúbal e Vila Real.

20h58 - Rio e Rangel empatados às 20h35, segundo resultados provisórios

Os candidatos à liderança do PSD, Rui Rio e Paulo Rangel estavam, às 20:35, praticamente empatados com cerca de 10% dos votos cada um, quando estavam apuradas 28 das 290 secções num universo de 46.663 inscritos, segundo os primeiros resultados provisórios disponíveis.

Trinta e cinco minutos após o fecho das assembleias de voto, o atual presidente do partido, Rui Rio, tinha 10,65% dos votos (265) e o eurodeputado Paulo Rangel 10,49% (261).

De acordo com o “site” que disponibiliza a evolução dos resultados das eleições diretas em tempo real (https://resultados.psd.pt), àquela hora estavam apuradas 28 secções, faltando ainda apurar 290.

Na Europa, onde já estão apurados todos os votos, venceu o eurodeputado Paulo Rangel.

20h00 - Urnas já fecharam. Partido dá início à contagem dos votos

A evolução dos resultados será apresentada em tempo real no site do PSD.


19h23 - Rangel "confiante e sereno" diz que tempo é de "esperar" pelos resultados

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou hoje que vai acompanhar os resultados das eleições diretas "confiante e sereno", mas chegou ao hotel em Lisboa com poucas palavras, dizendo que ainda é tempo "de esperar".

"Estou confiante, naturalmente. Sereno, com expectativa, mas confiante", afirmou Paulo Rangel, à chegada ao hotel em Lisboa onde vai acompanhar a noite eleitoral do partido.

O candidato, que entrou no hotel ladeado pelos apoiantes Miguel Pinto Luz e Pedro Rodrigues, disse ter tido durante a tarde indicações de que a participação nas eleições internas estaria a ser alta. "A confirmar-se, é um dado extremamente positivo", considerou.
O candidato não quis dizer se tinha dois discursos preparados - de vitória e de derrota -, assegurou que não trouxe nenhuma garrafa de champanhe (ao contrário do seu adversário interno, Rui Rio, que disse que irá abrir uma em qualquer dos cenários) e também não se recordou se recebeu por SMS qualquer informação relativa a sondagens para as legislativas.

Questionado se já pensou nos primeiros passos da sua liderança, se hoje vencer as diretas, Paulo Rangel respondeu que "agora é o tempo de esperar, não o de falar sobre o que fazer a seguir".

"Naturalmente que já pensei muito no que será futuro, mas não é o tempo de falar nisso", afirmou.

18h25 - Afluência de 70% na sede do Porto

Às 18h25, já tinham votado na sede do PSD no Porto mais de 840 militantes, o que corresponde a uma afluência de cerca de 70 por cento. Em Lisboa também se regista uma forte afluência. Às 17h00, quando ainda altavam três horas para o encerramento das urnas, metade dos militantes já tinha votado na concelhia de Lisboa.

18h00 - Montenegro diz que coligação com PS "não é desejável" mas escusa -se a revelar opção entre Rio e Rangel

O antigo candidato à presidência do PSD Luís Montenegro defendeu hoje que uma coligação com o PS "não é desejável" e que a opção nas diretas é entre "uma linha politica e uma personalidade", mas sem revelar preferências.

"Uma coligação com o PS é difícil e não é desejável. Portugal não precisa de um bloco central de partidos, também não precisa de um bloco central de interesses, mas precisava de um bloco central de políticas", considerou o ex-deputado, em declarações à Lusa.

Questionado sobre a eleição para a presidência do PSD, que é hoje decidida entre o atual líder, Rui Rio, e Paulo Rangel, eurodeputado e ex-líder parlamentar social-democrata, salientou que não se trata apenas de uma escolha entre ideias.

"Creio que os militantes do PSD também olharão para esse fator, tentando identificar em cada uma das personalidades em causa aquele que melhor poderá protagonizar o desafio eleitoral que vamos ter pela frente [eleições legislativas]", disse.

Sem querer apontar preferências ou expectativas sobre os resultados das eleições diretas que ainda decorrem, o ex-deputado alertou que quem for eleito "tem um minuto para começar a trabalhar de uma forma absolutamente direcionada para vencer as próximas eleições legislativas".

Ainda sobre cenários pós-legislativas, segundo Luís Montenegro, que em 2019 perdeu a eleição para a liderança social-democrata para Rui Rio, "o país precisava que o PSD e o PS se entendessem quanto aos eixos fundamentais das principais politicas públicas", salientando que o problema é que "o PS não quer".

Para o ex-líder parlamentar social-democrata, a forma mais "expedita e eficiente" para formar Governo "seria ganhar com uma maioria absoluta".

17h45 - “O PSD não nasceu para ser um partido do bloco central”. Miguel Relvas expressa apoio a Rangel

Cerca de metade dos militantes já votaram na concelhia de Lisboa, entre elas caras conhecidas do PSD, nomeadamente o antigo ministro e ex-secretário geral do PSD, Miguel Relvas, que expressou apoio a Paulo Rangel.

“Paulo Rangel tem todas as condições para não só ganhar hoje, com a partir deste momento poder construir um projeto alternativo em Portugal”, disse Miguel Relvas. “O PSD não nasceu para ser um partido do bloco central. Nasceu para ser alternativa ao Partido Socialista”, afirmou.
O antigo ministro e ex-secretário geral do PSD diz estar convencido que, “passados estes quatro anos, nasceu uma nova alternativa em Portugal”.

17h35 - Paulo Rangel diz ter "muita confiança nesta eleição"

O candidato à liderança do PSD já votou nas eleições diretas do partido e espera que haja uma participação muito alta por parte dos militantes, dizendo ter a perceção de que havia muito interesse nestas eleições.
"Eu estou com muita confiança, mas, como é evidente, respeito o veredicto dos eleitores", disse Rangel após ter votado na sede do partido, no Porto.

17h25 - Rui Rio acredita na vitória focado nas eleições legislativas de janeiro

O recandidato à presidência do PSD, Rui Rio, assumiu esperar ganhar as eleições e depois, em 30 de janeiro, estar em condições de vencer as eleições legislativas, que é o seu "grande objetivo".

"Naturalmente, uma vez que sou candidato, o que espero é ganhar estas eleições e, depois, o mais importante é, no dia 30 de janeiro, estar o partido em condições de ganhar as eleições legislativas. Esse é que é o grande objetivo e o que Portugal mais precisa", admitiu Rui Rio aos jornalistas, depois de votar na sede do PSD do Porto, na companhia da filha.

Mostrando-se confiante na vitória, o social-democrata reafirmou que quando se vai a eleições é para ganhar, para imediatamente a seguir referir que algumas pessoas vão para marcar uma posição e tentar "ir na próxima". "Para mim não há próxima", declarou.
Já sobre as expectativas quanto à mobilização dos militantes, o recandidato à liderança do PSD acredita que a taxa de participação vai ser muito elevada.

Rui Rio disse ainda que em caso de derrota terá, do ponto de vista pessoal, uma vida "mais tranquila e de paz".

Questionado sobre se está preparado para qualquer resultado, foi perentório em dizer que sim. Já sobre a assunção do cargo de primeiro-ministro, Rio entende que é uma função de tal forma complexa que, no fundo, nunca se está completamente preparado, assumindo, contudo, que tem vindo a preparar-se do ponto de vista técnico, pessoal e político.

17h10 - O que defendem os candidatos nas suas moções?

Na passada segunda-feira, os dois candidatos entregaram as candidaturas à liderança do PSD e as respetivas moções de estratégia que vão levar a congresso. A começar pelo número de páginas (a moção de Rui Rio, intitulada “Governar Portugal”, conta com 18 páginas, já a de Paulo Rangel, designada “Portugal: Ambição e Esperança”, conta com 66 páginas), as duas moções são muito diferentes entre si e transmitem visões que chegam a ser antagónicas, tanto para o país, como para o próprio partido. O principal ponto de discórdia consiste na perspetiva de governabilidade após as legislativas de 30 de janeiro. Já em questões como o combate à corrupção, a redução da carga fiscal e o aumento dos salários, Rio e Rangel estão em uníssono.



17h00 - Urnas encerram às 20h00

A eleição decorre em todo o país entre as 14h00 e as 20h00. A partir do fecho das urnas, a evolução dos resultados será apresentada em tempo real no site do PSD.

Os dois candidatos votaram na mesma secção, na sede do partido, no Porto. Paulo Rangel votou às 14h00 e rumou depois a Lisboa, onde vai aguardar os resultados num hotel.

Rui Rio votou uma hora depois e vai esperar pelos resultados no Porto. Estas são as terceiras eleições diretas em que participa.