Rui Rio junta-se a arruada da AD em Viana do Castelo

por Inês Moreira Santos - RTP

Rui Rio juntou-se, esta quarta-feira, às ações de campanha da Aliança Democrática. Em Viana do Castelo, o antigo líder do Partido Social Democrata participou, ao lado de Luís Montenegro, numa arruada. No fim, perante os jornalistas, defendeu que só há duas opções nas legislativas entre quem "entende que país está bem" ou quem entende que é preciso mudar, ao lado de Luís Montenegro em Viana do Castelo.

"Fazer isto uma vez ou duas tem piada", começou por brincar Rui Rio, quando abordado pelos jornalistas, no fim da arruada.

"Mas tem de ser. Particularmente agora, na reta final"
, acrescentou.

Na ótica do antecessor de Montenegro, os eleitores "já têm os dados todos para pensar naquilo que vão fazer".

"Quem entende que o país está bem vai repetir o voto que sempre fez. Quem entende que o país não está bem, quer estar melhor, que deve haver uma mudança e se quer mesmo mudar, só tem mesmo uma alternativa", sublinhou Rui Rio.


Porque, argumentou, "mudanças de pessoas vai haver, mudanças de políticas é que pode haver ou não haver".

Rui Rio disse acreditar "nessa mudança" e recordou que é o que "os indicadores apontam", contudo admitiu que tem "muitas reservas quanto às sondagens.

A participação ao lado de Montenegro é, como o próprio admitiu, um "sinal de união".

"De desunião é que não seria"
, afirmou Rui Rio.

O anterior líder social-democrata recusou ainda dar conselhos a Luís Montenegro, reiterando que não são necessários e, se fossem, seria no início.

"Agora já está praticamente tudo dito, não há mais argumentos a não ser a componente mais emotiva para levar as pessoas a votar".


Questionado se o voto de protesto pode penalizar a AD, Rio defendeu que o primeiro penalizado será o Partido Socialista.

Já desafiado a comentar o que poderá estar na base de uma eventual derrota na AD, respondeu: "Se isso acontecer tem a ver, na minha opinião, com fatores que foram determinantes como aconteceu também no meu tempo, com aspetos como o salário mínimo e as reformas, que levarem as pessoas a votarem com base nessa historia e esquecendo o futuro do país", disse.

"Ou nós votamos no futuro de amanhã, a 24 horas, ou votamos no futuro a cinco, seis anos de distancia. Quem pensar no futuro do país, dos seus filhos e netos, aí tem de mudar, está provado que esta foi uma governação que pensou no dia de amanhã mas não no futuro de país".

Já num cenário de vitória da AD, garantiu que Montenegro pode contar consigo "como militante do PSD sempre".

"Para lá disso, cada um tem a sua vida. Para ajudar estou disponível, agora depende do que é ajudar", disse, mantendo o tom bem-humorado.

Foi também com ironia que respondeu à pergunta se concordava com a estratégia seguida por Montenegro nesta campanha.

"Nem que eu discordasse, não ia dizer, já viu o que era vir à campanha dizer que discordava? Não tinha pés nem cabeça", brincou, acrescentou que está "basicamente concordante", tal como com a opção de ter sido feita uma coligação com o CDS-PP, que recusou em 2022.

Foi no mesmo tom que respondeu à pergunta sobre qual deve ser a estratégia para lidar com o crescimento do Chega.

"Em Viana do Castelo custa-me um bocado dizer mal do Chega, já não sabíamos como nos havíamos de ver livres do dr. Eduardo Teixeira e o Chega levou-o, prestaram-nos um enorme serviço", ironizou, referindo-se ao ex-deputado do PSD, que é agora cabeça de lista do Chega por este círculo.

Montenegro considerou esta presença do anterior líder do partido, contra quem já disputou a liderança e teve grandes divergências no passado, "uma expressão da junção e agregação" com que a AD está a encarar esta campanha.

"O dr. Rui Rio é um político com muita experiência, muito trabalho feito. Foi presidente do PSD, é uma honra estar aqui e poder partilhar esta caminhada pelas ruas de Viana", disse, salientando a ligação afetiva do ex-líder a este distrito.
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