Rui Rio recebeu esta quarta-feira da Comissão Política Nacional do PSD um "incentivo praticamente unânime" para que reedite a candidatura à liderança do partido. Mas o presidente dos social-democratas não deixou “qualquer palavra sobre esta matéria”, adiantou José Silvano. A reunião do Conselho Nacional para a marcação de eleições diretas e do Congresso terá lugar no final deste mês ou no início de novembro.
“Foi praticamente unânime, na Comissão Política Nacional, na análise dos resultados eleitorais, o incentivo a que o atual presidente do partido se recandidatasse, sem que da parte dele houvesse qualquer decisão sobre esta matéria ou qualquer palavra sobre esta matéria”, afirmou José Silvano.
Adensa-se assim o tabu em torno da eventual recandidatura de Rui Rio à liderança do partido, que se declarou logo na noite de 6 de outubro.
“Não há previsão nenhuma, só está na cabeça dele e a CPN deixou-lhe essa possibilidade de decidir como e quando entender”, vincou o secretário-geral laranja.
José Silvano atirou, por outro lado, para o Conselho Nacional, cuja próxima reunião terá lugar em Bragança, a definição das datas das eleições diretas e do Congresso - o calendário regular do PSD aponta janeiro e fevereiro do próximo ano, respetivamente, como os meses do processo eleitoral e da reunião magna.
“O pronunciamento a ele cabe”
Também esta quarta-feira, a anteceder a reunião da Comissão Política Nacional, a Comissão Permanente do PSD debruçou-se sobre os resultados das últimas eleições legislativas. Em linha análoga àquela que seria seguida por José Silvano, José Manuel Bolieiro, vice-presidente do partido, não quis prognosticar em público o que fará Rui Rio.
“O pronunciamento do presidente do partido a ele cabe. É ele que vai determinar o seu calendário”, resumiu o dirigente social-democrata.
Quanto à composição do futuro XXII Governo Constitucional, José Manuel Bolieiro sustentou que António Costa procedeu a “uma remodelação com alargamento”, formando um executivo “mais partidário”. Classificou ainda como “uma desilusão” a recondução dos titulares das pastas da Educação, Saúde e Justiça.
“Não é um novo governo, é uma remodelação, com um governo aumentado, mais ministros, mais máquina partidária, designadamente do secretariado do PS”, reprovou.
“É a desilusão de um Governo de mera continuidade”, insistiu o responsável, que anotou como “única nota positiva” a “preocupação expressa” com a criação da pasta da Coesão Territorial, “uma política pública essencial”.
c/ Lusa
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