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Referendo sobre imigração. Chega quer questionar portugueses e pediu reunião urgente ao presidente

por Joana Raposo Santos - RTP

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

O Chega quer "questionar os portugueses diretamente" sobre a vontade do partido de realizar um referendo acerca da imigração, matéria que considera decisiva para as empresas, comunidades e pessoas. Em conferência de imprensa esta quarta-feira, André Ventura anunciou ainda que pediu ao presidente da República uma reunião urgente para lhe explicar a importância do referendo.

"Faz todo o sentido perguntar aos portugueses o que querem para os próximos anos", começou por defender o líder do Chega.

"Independentemente do acordo que venha ou não a ser alcançado com a maioria dos deputados, o Chega tomou a decisão de avançar para a Assembleia da República, colocando à discussão do plenário a realização de um referendo nos termos da lei e da Constituição", acrescentou.

O partido quer perguntar aos portugueses se concordam que haja uma definição anual de limites máximos para a concessão de autorizações de residência a cidadãos estrangeiros e se concordam que sejam implementado um sistema de quotas de imigração revisto anualmente.

O Chega pretende também uma revisão dos apoios sociais e dos subsídios à imigração.

Perante os jornalistas, André Ventura avançou ainda que, depois de ter ouvido o presidente da República acerca desta ideia, pediu com caráter de urgência a Marcelo Rebelo de Sousa uma reunião no Palácio de Belém para poder "apresentar, discutir e sensibilizar a importância de um referendo nesta matéria".

"O pedido de referendo não é nenhuma atitude nem persecutória nem de narrativas, nem de perceções. Não é sequer um joguete político. É uma questão estrutural para o futuro", afirmou.

Em causa estão declarações do presidente da República que, respondendo a um aluno sobre este tema, disse ser preciso conhecer a realidade e então depois tirar conclusões.

Sem nunca falar diretamente sobre o referendo, o chefe de Estado deixou bem claro que há diferenças entre factos e narrativas. O presidente da República recordou os números e reiterou que é fundamental falar do assunto e ''saber do que se está a falar''.

Ainda na conferência de imprensa desta terça-feira, confrontado com as palavras do papa Francisco - segundo o qual é um crime limitar o acesso dos migrantes aos países onde procuram ajuda - André Ventura disse ser "católico praticante", assim como uma "grande maioria do partido e dos seus militantes e apoiantes".

"Só que ser católico praticante e ter valores profundos de cristianismo nada tem que ver com a política escancarada de portas completamente abertas sobre um país", defendeu.
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