Foto: Lusa
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes fez na última noite aquela que disse ter sido a sua última intervenção pública. Manifestou a convicção de que a democracia está ameaçada pela corrupção.
Apesar de considerar que no presente Portugal está melhor, o antigo Chefe de Estado português fez a antevisão da ameaça do populismo, como testemunhou a jornalista Ana Isabel Costa.
Ramalho Eanes defendeu a necessidade de revisão do sistema eleitoral para resolver a crise da representação política, sem esquecer que a sociedade civil também deve ter maior nível de participação.
"É verdade que esse hiato existe. Isso não é novidade nenhuma. Toda a gente sabe, toda a gente reconhece e é necessário modificar", afirmou Ramalho Eanes, referindo-se à distância entre cidadãos e políticos, antes de citar como exemplo o estudo do antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral da ONU, António Guterres, precisamente para reforma da metodologia das eleições, embora escusando-se a especificar soluções concretas para o problema.
Para Ramalho Eanes, "a democracia tem muito menos democracia quanto menor for a participação dos cidadãos na escolha dos seus representantes, porque são os seus representantes que vão desenvolver o trabalho político em proveito da comunidade, do país, de todos e deles mesmos".
Ainda na sua análise durante a conferência, que se estendeu por cerca de duas horas, com intervenções da plateia e respostas pelo orador, Ramalho Eanes tinha criticado as "listas fechadas" e o facto de os eleitos se transformarem em "delegados dos partidos" em vez de serem os representantes dos cidadãos, acrescentando que as forças políticas "do arco do poder têm colonizado a administração pública", nas suas várias vertentes, central, local e setor empresarial do Estado, nomeando mesmo a Caixa Geral de Depósitos.
"É verdade que esse hiato existe. Isso não é novidade nenhuma. Toda a gente sabe, toda a gente reconhece e é necessário modificar", afirmou Ramalho Eanes, referindo-se à distância entre cidadãos e políticos, antes de citar como exemplo o estudo do antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral da ONU, António Guterres, precisamente para reforma da metodologia das eleições, embora escusando-se a especificar soluções concretas para o problema.
Para Ramalho Eanes, "a democracia tem muito menos democracia quanto menor for a participação dos cidadãos na escolha dos seus representantes, porque são os seus representantes que vão desenvolver o trabalho político em proveito da comunidade, do país, de todos e deles mesmos".
Ainda na sua análise durante a conferência, que se estendeu por cerca de duas horas, com intervenções da plateia e respostas pelo orador, Ramalho Eanes tinha criticado as "listas fechadas" e o facto de os eleitos se transformarem em "delegados dos partidos" em vez de serem os representantes dos cidadãos, acrescentando que as forças políticas "do arco do poder têm colonizado a administração pública", nas suas várias vertentes, central, local e setor empresarial do Estado, nomeando mesmo a Caixa Geral de Depósitos.