O PS/Madeira defendeu hoje que, face à renúncia do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, devem ser marcadas eleições intercalares no principal município da região, governado pela coligação PSD/CDS.
"Perante a inevitável renúncia de Pedro Calado ao cargo de presidente da Câmara Municipal do Funchal, o PS/Madeira vem defender a realização de eleições intercalares", afirmam os socialistas madeirenses, numa nota enviada à agência Lusa assinada pela secretária-geral, Marta Freitas.
Para o PS/Madeira, "o atual executivo, liderado por Pedro Calado, deixou de ter condições para se manter em funções e não pode continuar a governar a cidade do Funchal".
Na mesma nota, o partido considera que os restantes elementos do atual executivo devem também "renunciar às respetivas funções, para que os eleitores possam escolher nas urnas o próximo presidente da Câmara do Funchal".
A renúncia de Pedro Calado (PSD), depois de ter sido detido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, foi anunciada hoje pelo seu advogado.
"Vai renunciar, sim. Entendeu que era a medida adequada face às atuais circunstâncias", afirmou aos jornalistas o advogado Paulo Sá e Cunha, no Campus de Justiça, em Lisboa.
O executivo camarário do Funchal é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP e cinco do PS.
Cristina Pedra é atualmente a vice-presidente da autarquia.
Pedro Calado foi detido na quarta-feira, juntamente com dois empresários, no âmbito de uma operação policial desencadeada no mesmo dia sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.
No âmbito da mesma investigação, o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque (PSD), foi constituído arguido, tendo renunciado ao cargo na sexta-feira.
Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.
Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o Conselho Regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo, de coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo Regional na Assembleia Legislativa.