PS/Lisboa diz que orçamento para 2025 "não responde às necessidades" da cidade

por Lusa

O PS/Lisboa, que se absteve hoje na votação do orçamento municipal para 2025, permitindo a sua viabilização, ressalvou que o documento, que prevê uma despesa de 1.359 milhões de euros, "não responde às necessidades urgentes da cidade".

A proposta de orçamento municipal de Lisboa para 2025, apresentada pela liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta - com sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) entre os 17 elementos que compõem o executivo camarário - foi viabilizada com sete votos a favor de PSD/CDS-PP e com a abstenção dos três vereadores do PS, em reunião privada, que se iniciou pelas 09:30 e terminou cerca das 22:00.

Houve sete votos contra da restante oposição, nomeadamente três vereadores dos Cidadãos por Lisboa (CPL, eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE, tendo existindo um empate com os sete votos a favor, o que levou o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), a exercer o voto de qualidade.

No final da reunião, em declarações à agência Lusa, a vereadora socialista Inês Drummond sublinhou que o orçamento municipal proposto para o próximo ano "não responde às necessidades" da cidade de Lisboa.

"Este nunca seria um orçamento do Partido Socialista. É um mau orçamento. Não responde às necessidades urgentes da cidade, na área da habitação, da mobilidade e da manutenção geral da cidade", apontou.

A autarca deu conta ainda que o PS conseguiu fazer aprovar, por unanimidade, uma proposta de alteração ao plano anual de recrutamento, na qual "não estava prevista a contratação de nenhum cantoneiro".

"Com a aprovação da nossa proposta a Câmara tem a possibilidade de contratar 300 novos cantoneiros para resolver de uma vez por todas o grave problema que está instalado na cidade", argumentou.

A proposta socialista de alteração ao Plano Anual de Recrutamento para 2025, a que a Lusa teve acesso, prevê o concurso para 300 assistentes operacionais na área da higiene urbana.

"Os últimos três anos têm sido pautados por uma insuficiente capacidade de gestão na área da higiene urbana, malgrado o esforço e empenho diários dos seus trabalhadores. Com efeito, o saldo líquido entre os trabalhadores que entram e os que saem é inexpressivo, o que importa colmatar", lê-se nos fundamentos da proposta.

Depois de aprovada em câmara, a proposta do orçamento municipal para 2025 tem de ser votada pela Assembleia Municipal de Lisboa.

"O orçamento que apresentámos para 2025 e que foi hoje aprovado é um orçamento audacioso, que atua para melhorar a vida das pessoas e que deixa um legado social e de melhoria da qualidade de vida. É um orçamento feito com as pessoas e para as pessoas", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), citado num comunicado divulgado após a votação da proposta.

Entre as principais áreas de investimento do município para o próximo ano estão a habitação, com 154 milhões de euros (ME); os direitos sociais, com 38 ME, inclusive para apoio às pessoas em situação de sem-abrigo (12 ME); e a higiene urbana, com 38 ME.

Destaca-se ainda a delegação de competência para as 24 juntas de freguesia, com 126 ME; a mobilidade, com 311 ME; a cultura, com 64 ME; a educação, com 58 ME; a segurança, com 22 ME; e o Plano Geral de Drenagem, com 79 ME.

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