PSD vence eleições na Madeira mas fica a um deputado da maioria absoluta

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Gregorio Cunha - Lusa

O PSD voltou a vencer as eleições regionais da Madeira, conquistando 43,43% dos votos. Com 23 deputados eleitos, o partido de Miguel Albuquerque fica a um mandato da maioria absoluta. O grande derrotado da noite foi o PS, que ficou atrás do JPP e perdeu três deputados.

Os resultados das eleições deste domingo dão uma clara vitória ao PSD Madeira, que conquistou 43,43% dos votos. O partido de Miguel Albuquerque conseguiu, assim, eleger 23 deputados, mais quatro do que nas últimas eleições. Ainda assim, ficou a um parlamentar da maioria absoluta. A abstenção ficou nos 44,02%, inferior à de 46,60% registada nas eleições anteriores.

Em segundo lugar surge o JPP, que pela primeira vez ultrapassou o PS. O Juntos Pelo Povo conquistou 21,05% dos votos e onze mandatos, mais dois do que nas últimas eleições.

Em terceiro lugar surge o PS, o grande derrotado da noite. O Partido Socialista conquistou 15,64% dos votos, o que equivale a oito deputados – menos três do que os eleitos o ano passado.

O Chega obteve 5,47% dos votos e perdeu um deputado, ficando agora com três. O CDS-PP perdeu um deputado, elegendo apenas um, assim como a Iniciativa Liberal. 

O PAN recebeu 1,62% dos votos e perdeu a deputado única na Assembleia. A CDU e o Bloco de Esquerda também continuam excluídos do Parlamento regional, tendo conquistado 1,78% e 1,11% dos votos, respetivamente.
Albuquerque saúda maior votação desde 2015
Miguel Albuquerque celebrou a "grande vitória" do PSD nas eleições regionais da Madeira, salientando que esta foi "uma clara derrota da coligação de esquerda e da agenda de maledicência que imperou".

Apesar de ter ficado aquém da maioria absoluta, o presidente do Governo Regional destacou que o partido alcançou a maior votação desde 2015. "O PSD ganhou em dez dos onze concelhos e em 50 das 54 freguesias da Madeira. Subimos mais 13 mil votos e tivemos a maior votação de sempre no PSD Madeira desde que eu assumi a liderança", destacou Albuquerque, sublinhando que ficou apenas a 300 votos de eleger o 24º deputado e de obter a maioria absoluta.

Miguel Albuquerque governa a Madeira desde 2015, tendo chegado ao poder após quase quatro décadas de Alberto João Jardim na liderança do PSD Madeira e do Governo regional. Nestes últimos dez anos, Albuquerque conseguiu apenas conseguiu uma maioria absoluta para o PSD, logo nas primeiras eleições. 

Nas últimas três eleições, os social-democratas ficaram aquém desse objetivo, necessitando do CDS-PP e depois do PAN para governar.
Marcelo dá como adquirida coligação entre PSD e CDS

Questionado sobre uma eventual coligação com o CDS-PP, como fez nas últimas eleições, Miguel Albuquerque diz que ainda não falou com ninguém e que vão fazê-lo "com calma". "É evidente que os nossos parceiros privilegiados todos sabem quem são", acrescentou.

Do lado do CDS-PP, Nuno Melo adianta que a decisão sobre um eventual acordo de incidência parlamentar cabe à representação do partido na Madeira, mas não o descarta.

Já o presidente da República dá como certa uma "maioria absoluta" na Madeira entre os deputados do PSD e CDS, afirmando que os madeirenses "escolheram a solução da estabilidade e não propriamente soluções alternativas". 
Três eleições em ano e meio
As eleições deste domingo foram as terceiras em ano e meio. Foram convocadas após a aprovação de uma moção de censura inédita, em dezembro último, tendo sido a primeira vez que um Governo regional da Madeira caiu por esta via em 50 anos de democracia. 

A moção foi apresentada pelo Chega após o chumbo do Orçamento da Madeira, que veio prolongar a crise política na Madeira, que se arrasta desde a megaoperação policial, desencadeada em janeiro de 2024.

Mais de uma centena de inspetores da Polícia Judiciária e outros peritos do continente viajaram, na altura, para a Madeira para realizarem centenas de buscas por suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido no âmbito deste processo mas recusou demitir-se.
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