PSD vai abster-se na votação da moção de censura ao Governo

por RTP
António Pedro Santos - Lusa

Os social-democratas vão abster-se na moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal que vai ser debatida na próxima quinta-feira. Luís Montenegro diz que o PSD não fica indiferente à "desorientação" do Executivo, mas considera que o cenário de eleições antecipadas traria mais dificuldades aos portugueses.

Após a Comissão Política Nacional do PSD, o presidente do partido explicou o sentido de voto na moção de censura, a ser discutida esta quinta-feira.

Em declarações aos jornalistas, Luís Montenegro vincou que esta foi uma decisão que reuniu o consenso dos deputados.

O líder social-democrata sublinhou que o governo "está em exercício de funções há nove meses" e que as eleições ocorreram "há 11 meses".

"O povo português expresou a sua intenção de ter o PS com maioria absoluta no Parlamento. Devemos respeitar a vontade do povo", acrescentou, declarando ainda que o PSD não é "um partido de protesto".

Ainda assim, reconheceu que não fica indiferente perante a "desorientação" e os "casos" que se sucedem.

"Entendemos que o Governo está a governar mal", mas uma eleição antecipada só traria "condições mais difíceis para os portugueses" e estaria apenas a "agravar a situação do país".
A queda do Governo no momento atual seria não só "um desrespeito pela vontade demonstrada pelo povo", mas também "um desrespeito pela situação que os portugueses vivem".

Luís Montenegro considerou ainda que a moção de censura será "inconsequente" uma vez que há uma maioria absoluta no Parlamento.

Sobre as mais recentes mudanças no Governo, o líder do PSD criticou as explicações apresentadas por António Costa sobre a separação de Infraestruturas e Habitação em dois diferentes Ministérios.

Considerou mesmo tratar-se de um argumento "pífio". O primeiro-ministro "descobriu nove meses depois que havia necessidade de dois ministérios", criticou.

A Iniciativa Liberal anunciou uma moção de censura ao governo que veio no seguimento da indemnização que a TAP deu a Alexandra Reis e as demissões da secretária de Estado do Tesouro e de Pedro Nuno Santos.

A moção de censura apresentada pela Iniciativa Liberal é a segunda que vai ser apresentada contra o atual Governo, que iniciou funções a 30 de março de 2022.
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