O secretário-geral do PSD garante que, caso o PSD vença eleições antecipadas - e num cenário de aprovação do Orçamento do Estado apresentado pelo Governo do PS -, os sociais-democratas vão apresentar um Orçamento retificativo.
Entrevistado no programa Entre Políticos, o dirigente social-democrata - que voltou a defender que o documento apresentado pelo Governo é "injusto" - esclareceu ainda que o PSD mantém as críticas ao Orçamento, mas que não irá criar obstáculos à aprovação da proposta no caso de essa ser a melhor saída para o país.
"Imagine que isto [a convocação de eleições e demissão do Governo antes da aprovação do Orçamento do Estado] punha em causa alguns compromissos internacionais do Estado português. Cabe ao Governo e ao Presidente da República explicar se assim é ou não é. Se houver estas questões para dirimir, o PSD não vai berrar nem fazer um caso dizendo que é preciso ir rápido para eleições e que o Orçamento não pode ser aprovado", adiantou.
O secretário-geral do PSD garante, no entanto, que, caso este cenário se verifique e o parlamento avance para uma votação final global do documento a 29 de novembro por decisão do Presidente da República, o partido "não apoiará" a proposta de Orçamento que "será aprovada" pelo PS.
Socialistas defendem eleições antecipadas a partir de março, mas preferem continuidade com "personalidade da área política do PS"
O PS coloca nas mãos do Presidente da República a decisão de convocar eleições antecipadas, mas insiste que o cenário "preferencial" é a "indigitação" de um novo primeiro-ministro da "área política" do PS.
"Uma personalidade que reúna um conjunto de características irrepreensíveis quanto ao seu currículo e experiência governativa e currículo europeu e internacional", disse, na Antena 1, João Torres, atual secretário-geral adjunto dos socialistas, que salienta que, caso fosse essa a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, o nome seria deliberado pela Comissão Política Nacional do PS, que se reúne esta quinta-feira na sede nacional do partido.
No programa Entre Políticos, o dirigente socialista foi ainda questionado sobre as notícias que dão conta de que António Costa propôs ao Chefe de Estado os nomes de António Vitorino, Augusto Santos Silva, Carlos César e Mário Centeno para liderar o Executivo socialista após a demissão do primeiro-ministro.
"São excelentes nomes que seguramente permitiriam ao país encarar com grande sentido de responsabilidade este momento", respondeu João Torres, que afirmou ainda que o PS "deu sinal" ao chefe de Estado sobre os "riscos da interrupção da legislatura".