PS vai fazer "marcação cerrada" ao novo executivo PSD/CDS-PP

por Lusa

O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, disse hoje que o partido vai fazer "marcação cerrada" ao Governo Regional na Assembleia Legislativa, considerando que a nova maioria PSD/CDS-PP não tem desculpa para não resolver os problemas da região.

"O Partido Socialista vai fazer na oposição uma marcação cerrada a este governo, aos atos deste governo, uma marcação cerrada com uma fiscalização rigorosa, muita determinada e fundamentada", disse Paulo Cafôfo.

O líder socialista madeirense falava aos jornalistas no Funchal, no Palácio de São Lourenço, residência oficial do representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que hoje recebe os seis partidos que garantiram assento na Assembleia Legislativa nas eleições regionais antecipadas de domingo e fará uma declaração no final.

O PS, que elegeu oito deputados e passou de segunda para terceira força mais votada no arquipélago, indicou ao representante que a sua oposição será também "construtiva".

"Vamos apresentar na Assembleia Legislativa muitas propostas para melhorar a vida dos madeirenses e dos porto-santenses, porque é para isso que nós fomos eleitos", disse Paulo Cafôfo, acrescentando: "Espero que da parte deste Governo Regional haja abertura não só para o diálogo, mas para aceitar propostas da oposição e que não entremos aqui numa maioria absolutista que chumba tudo aquilo que vem do Partido Socialista."

Nas eleições de domingo, o PSD elegeu 23 deputados, faltando um para a maioria absoluta, e assinou depois um acordo de âmbito parlamentar e governativo com o CDS-PP, que elegeu um deputado, assegurando assim a maioria absoluta.

"O Partido Socialista aceita de forma democrática, como não podia deixar de ser, os resultados destas eleições e a decisão do povo madeirense", disse Paulo Cafôfo, realçando que um novo executivo chefiado pelo líder regional do PSD, Miguel Albuquerque, tem "todas as condições para governar e não há desculpas para não resolver os problemas dos madeirenses e dos porto-santenses."

"E sublinho o `não há desculpas`", reforçou.

Paulo Cafôfo enumerou depois vários problemas que o PS pretende ver resolvidos pela nova maioria, como as listas de espera para atos médicos, a falta de medicamentos, as altas problemáticas, a falta de habitação, a valorização dos salários e das carreiras profissionais da Função Pública, o aumento do rendimento dos agricultores e a redução dos impostos.

O representante da República para a região autónoma está hoje a receber o PSD (23 deputados eleitos no domingo), o JPP (11), o PS (oito), o Chega (três), o CDS-PP (um) e a IL (um).

Na terça-feira, dois dias após as eleições, as estruturas regionais do PSD e do CDS-PP definiram um acordo pós-eleitoral que assegura a maioria parlamentar na região e inclui a integração do líder dos democratas-cristãos do arquipélago, José Manuel Rodrigues, no executivo.

Estas foram as terceiras legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, tendo concorrido num círculo único 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

O sufrágio ocorreu 10 meses após o anterior, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Miguel Albuquerque -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

Nas legislativas regionais, o representante da República convida uma força política a formar governo em função dos resultados, após a auscultação dos partidos com assento parlamentar.

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