PS quer "alguma tradução" do programa socialista para viabilizar Orçamento do Estado

por João Alexandre - Antena 1
António Cotrim - Lusa

Quatro meses depois das eleições que deram a vitória à AD - e a pouco mais de uma semana de a Assembleia da República debater com o Governo o Estado da Nação - o PS garante que não vão ser os socialistas a criar instabilidade politica, mas insiste que não vai viabilizar uma proposta de Orçamento do Estado que não mostre abertura por parte do Executivo de Luís Montenegro.

"O PS não vai criar instabilidade, mas o PS também não pode viabilizar um Orçamento do Estado que não tenha nada que vá ao encontro daquilo que são as políticas e as propostas do PS", diz, na antevisão das jornadas parlamentares do PS, Alexandra Leitão.

Para a ex-ministra e atual presidente do grupo parlamentar socialista, o desempenho do Governo não tem sido positivo e, em Castelo Branco - onde as jornadas parlamentares se realizam até terça-feira -, será feito um balanço.

"Haverá um balanço, até tendo em conta o que foi feito e o que foi herdado [do Governo de António Costa], porque há uma componente do que foi herdado. Iremos, certamente, fazer a nossa análise do Estado da Nação e do que deve ser melhorado", sublinha Alexandra Leitão.

Por enquanto, lamenta a líder parlamentar do PS, o Executivo de PSD e CDS-PP continua a fechar a porta ao diálogo. Uma atitude, que, avisa, pode ter consequências no momento da votação do OE2024.

"Está em causa, obviamente, o programa eleitoral do PS, que queremos que tenha alguma tradução, uma vez que o Governo não teve maioria absoluta e não pode aprovar o Orçamento sozinho", assinala a socialista, que garante "ação" e propostas concretas em duas áreas prioritárias: "A justiça, onde queremos ser propositivos, e em matéria de imigração".

Nas jornadas, dedicadas ao tema "Crescimento e justiça social", participam - além do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos - figuras como a comissária europeia Elisa Ferreira ou antigo ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral. Durante dois dias, os deputados socialistas vão percorrer os concelhos do distrito de Castelo Branco e prometem falar sobre o interior e a coesão territorial.
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