Quatro meses depois das eleições que deram a vitória à AD - e a pouco mais de uma semana de a Assembleia da República debater com o Governo o Estado da Nação - o PS garante que não vão ser os socialistas a criar instabilidade politica, mas insiste que não vai viabilizar uma proposta de Orçamento do Estado que não mostre abertura por parte do Executivo de Luís Montenegro.
Para a ex-ministra e atual presidente do grupo parlamentar socialista, o desempenho do Governo não tem sido positivo e, em Castelo Branco - onde as jornadas parlamentares se realizam até terça-feira -, será feito um balanço.
"Haverá um balanço, até tendo em conta o que foi feito e o que foi herdado [do Governo de António Costa], porque há uma componente do que foi herdado. Iremos, certamente, fazer a nossa análise do Estado da Nação e do que deve ser melhorado", sublinha Alexandra Leitão.
Por enquanto, lamenta a líder parlamentar do PS, o Executivo de PSD e CDS-PP continua a fechar a porta ao diálogo. Uma atitude, que, avisa, pode ter consequências no momento da votação do OE2024.
"Está em causa, obviamente, o programa eleitoral do PS, que queremos que tenha alguma tradução, uma vez que o Governo não teve maioria absoluta e não pode aprovar o Orçamento sozinho", assinala a socialista, que garante "ação" e propostas concretas em duas áreas prioritárias: "A justiça, onde queremos ser propositivos, e em matéria de imigração".
Nas jornadas, dedicadas ao tema "Crescimento e justiça social", participam - além do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos - figuras como a comissária europeia Elisa Ferreira ou antigo ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral. Durante dois dias, os deputados socialistas vão percorrer os concelhos do distrito de Castelo Branco e prometem falar sobre o interior e a coesão territorial.