PS pede documentos à companhia e à CMVM sobre saída de Alexandra Reis

por Lusa

O Grupo Parlamentar do PS, em requerimento à comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, pede à CMVM e TAP uma cópia da notificação do processo de contraordenação motivado pela comunicação sobre a saída de Alexandra Reis.

No requerimento, dirigido ao presidente da comissão, o deputado Jorge Seguro Sanches, os deputados do PS pedem uma "cópia da notificação", no seguimento de um comunicado da TAP à CMVM, aquando da saída de Alexandra Reis da empresa, no qual informava que a administradora renunciava ao cargo para abraçar novos desafios, quando a saída foi forçada e valeu uma indemnização de 500.000 euros.

O pedido dos deputados, hoje assinado, surge após o presidente do Conselho de Administrador da TAP, Manuel Beja, na terça-feira, no parlamento, na comissão de inquérito à TAP, afirmar que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) abriu um processo contra a companhia aérea, devido à comunicação sobre a saída da ex-administradora Alexandra Reis.

A polémica começou no final de dezembro, quando o Correio da Manhã noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do previsto da administração da TAP, caso que motivou uma remodelação no Governo, incluindo a saída do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

"Obtive informação cerca de uma hora antes desta audição que a CMVM terá aberto um processo contra a TAP", respondeu Manuel Beja ao deputado do PSD Hugo Carneiro, na terça-feira.

O ainda `chairman` da companhia aérea disse não conhecer ainda o teor da notificação, porque a recebeu quando estava a caminho da Assembleia da República.

Após ser conhecida a indemnização de 500.000 euros recebida por Alexandra Reis, a ex-administradora explicou, em nota enviada à Lusa, que a saída tinha partido de uma iniciativa da TAP.

Mais tarde, a empresa enviou nova comunicação à CMVM a confirmar que a saída tinha ocorrido por sua iniciativa.

Manuel Beja sublinhou ainda que o teor do primeiro comunicado foi negociado pelos advogados de ambas as partes.

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