Paulo Cafôfo, líder socialista na Madeira, anunciou este sábado que a comissão regional do partido decidiu por unanimidade votar favoravelmente a moção de censura ao Governo Regional madeirense apresentada pelo Chega.
"Não nos interessa o texto da moção de censura, interessa-nos a censura ao Miguel Albuquerque", afirmou o líder socialista madeirense, acusando o Executivo insular de Albuquerque de "falhar" nas suas promessas aos habitantes do arquipélago.O PS de Paulo Cafôfo já tinha anunciado que a intenção de viabilizar a moção de censura.
A moção de censura vai ser debatida e votada pela Assembleia Legislativa a 18 de novembo.
Na tarde deste sábado, Cafôfo considerou que a decisão de votar favoravelmente a
moção de censura é "coerente" com as denúncias que o Partido Socialista
tem feito contra o presidente do Executivo. "Não vamos segurar o Governo de Miguel Albuquerque", garantiu.
"Temos um presidente do Governo que é arguido por casos de
corrupção ativa e passiva, que não quer responder à justiça, está a fugir
à justiça porque não pede a retirada da sua imunidade enquanto membro
do Conselho de Estado, e temos num Governo de oito elementos, cinco,
incluindo o presidente, a contas com a justiça", afirmou Paulo Cafôfo.
"Isto não é normal numa democracia, não pode ser normal, nem podemos nós aceitar que assim seja", acrescentou o socialista.O Chega justificou a apresentação de uma moção de censura com o facto de
quatro secretários do Executivo madeirense serem arguidos em dois
processos de investigação.
Miguel Castro, líder do Chega na Madeira acusou Miguel Albuquerque de estar "agarrado ao poder". Antena 1
Após longas horas de reunião da comissão política do PSD-Madeira, o presidente do Governo Regional garantiu este sábado que não se demite, afirmando que quem escolhe os seus representantes é o povo madeirense "através de eleições democráticas". "Não será através de golpes parlamentares nem através de golpes partidários que o PSD alguma vez entregará o poder", afirmou Miguel Albuquerque, garantindo não ter qualquer problema em ir a eleições "se for necessário" e que o partido está preparado para todos os cenários.
"Se pensam que vou sair para porem um líder provisório, para depois o deitarem abaixo e conquistarem o poder, estão enganados", afirmou, considerando "toda a situação estranhíssima", mas afiançando "que o PSD a irá enfrentar como sempre enfrentou, em campo aberto e de cabeça levantada".