PS garante programa eleitoral de "estabilidade" e que "responde ao contexto"
António Mendonça Mendes, coordenador económico do programa eleitoral apresentado na última semana por Pedro Nuno Santos, assegura que as "contas certas" são uma das prioridades do PS e que o programa para os próximos quatro anos tem em conta o momento atual e os efeitos das medidas que vão sendo anunciadas pela administração de Donald Trump.
O ex-secretário de Estado do Governo de António Costa defende ainda que, ao contrário do Governo de Luís Montenegro e do que se espera do programa eleitoral da AD, os socialistas querem apostar, sobretudo, na redução de impostos "para quem precisa".
"Em vez de utilizarmos toda a margem orçamental disponível para reduzir o IRC, direcionamos essa margem para medidas para toda a família. Isso significa preocupação com a atual conjuntura [externa] ", diz Mendonça Mendes.
A título de exemplo, o socialista assinala a proposta de "redução do custo de vida" com a medida do IVA zero, que, garante, terá um valor muito significativo: "A AD acha que deve gastar aquele valor nas grandes empresas e nós na economia e nas famílias".
No programa Entre Políticos, o coordenador económico do programa eleitoral do PS alertou que, em breve - e acautelando eventuais novidades por parte dos EUA -, a economia portuguesa pode voltar a confrontar-se com dificuldades relacionadas com o fenómeno da inflação: "As descidas seletivas do IRC podem ser direcionadas para créditos fiscais para empresas exportadoras".
Para António Mendonça Mendes, a margem orçamental disponibilizada pelo Ministério das Finanças é "relevante" para responder aos problemas da economia nacional, desde logo, diz o socialista, para "aumentar o rendimento líquido das famílias", o que, na visão do PS, ajuda ao "consumo privado e à economia".