PS anuncia comissão de inquérito ao caso da empresa de Luís Montenegro

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Foto: Miguel Pereira da Silva - Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou esta segunda-feira que o partido vai apresentar um requerimento na Assembleia da República para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito às polémicas com o primeiro-ministro. O líder da oposição argumenta que não o faz "com gosto", mas que Luís Montenegro não deu "outra alternativa".

“O nosso dever é fazer tudo o que está ao nosso alcance para defendermos o regime e isso implica nós fazermos tudo o que está ao nosso alcance para apurarmos a verdade. E é por isso que o PS apresentará na Assembleia da República um requerimento para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito”, anunciou Pedro Nuno Santos na sede do PS, no final de uma reunião do secretariado nacional do partido.

“Não o fazemos com gosto, sei bem quão duro é uma comissão parlamentar de inquérito. Infelizmente, o primeiro-ministro não nos dá alternativa e esta é mesmo a última figura regimental que temos ao nosso dispor para assegurar que temos o direito a saber a verdade”, argumentou.

Para Pedro Nuno Santos, “o principal fator de instabilidade política, neste momento, é o primeiro-ministro” e há várias dúvidas que têm de ser esclarecidas.
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“Não é matéria de foro privado que se trata, é matéria de Estado”, apontou Pedro Nuno Santos, afirmando que é “inaceitável” que Luís Montenegro tenha recebido avenças de empresas ao mesmo tempo que era primeiro-ministro.

Em resposta às pressões para apresentar uma moção de censura própria, nomeadamente da parte de Francisco Assis, Pedro Nuno Santos garante que o PS “não abdicará de nenhuma figura regimental e constitucional, nomeadamente da moção de censura”. No entanto, acrescenta que “o Partido Socialista só a apresentará quando entender que é o momento adequado para o fazer”.

“Achamos que neste momento o foco deve estar no apuramento da verdade”, rematou.

Pedro Nuno Santos anunciou ainda que pediu uma audiência com o presidente da República para “explicar as razões desta decisão que o PS tomou”.

A conferência de líderes parlamentares vai reunir-se esta terça-feira para decidir a data da discussão e votação da moção de censura do PCP ao Governo, entregue no domingo no Parlamento.

Pedro Nuno Santos já anunciou que não vai viabilizar a moção de censura do PCP, considerando que os comunistas tinham "mordido o isco lançado pelo Governo", mas afirmou que, se o Governo apresentar uma moção de confiança, o PS a chumbaria, frisando que não tem confiança no executivo de Luís Montenegro.

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