Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito ao minuto

PS acusa Governo de "confrontação". PSD confiante na viabilização do Orçamento

por João Alexandre

Foto: Ana Paula Alves

Em dia de debate quinzenal com o primeiro-ministro e de uma nova ronda negocial que coloca frente-a-frente Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o PSD revela "confiança" na viabilização do Orçamento do Estado e antecipa um desfecho positivo das negociações com os socialistas.

Em declarações na Antena 1, Alexandre Poço, vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata, salienta que é preciso aguardar pela contra-proposta que o primeiro-ministro anunciou que iria fazer ao secretário-geral do PS e aos partidos da oposição, mas mostra-se otimista.

"Muita confiança - ou pelo menos uma relativa confiança - nas negociações que ainda não estão encerradas", diz Alexandre Poço, que acrescenta: "Para dançar o tango são precisos dois e, se tivermos o princpal partido da oposição interessado em bloquear o primeiro Orçamento de um Governo com seis meses de atividade governativa, torna-se difícil que - mesmo com capital de negociação e resultados em diferentes áreas da nossa sociedade - possamos ter resultados".


Mendonça Mendes: "Não estamos contra a descida do IRC"

O PS continua a insistir que, tal como foram desenhadas pelo Governo, as propostas sobre o IRC e o IRS Jovem são "linhas vermelhas", mas António Mendonça Mendes garante que os socialistas querem negociar com o Governo.

"Aquilo que um Governo tem de fazer é escolher bem as suas políticas públicas. Nós não estamos contra o IRC, nós queremos é que a descida seja dirigida à valorização de salários e ao investimento por parte das empresas", sublinha o deputado e ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Executivo de António Costa.

Em declarações no programa Entre Políticos, António Mendonça Mendes acusa ainda Luís Montenegro de uma postura de "confrontação".
Quanto à garantia do primeiro-ministro de que vai apresentar ao PS uma proposta "irrecusável", o deputado socialista mostra-se crítico.

"É uma afirmação que é estéril, porque, na realidade, estamos aqui a discutir o que é que é uma proposta irrecusável. Eu acho que o primeiro-ministro não conseguiu ainda vestir a pele do primeiro-ministro e ainda veste muito a pele de líder da oposição", insiste.

António Mendonça Mendes avisa ainda que o PS não vai recuar na apreciação da proposta de alteração ao IRS Jovem: "Não apenas a medida é injusta, como ela cria um precedente relativamente a como estruturamos o imposto sobre os rendimentos do trabalho. E, por isso, nós nunca podemos deixar que esta medida - que por si só já é má -, possa depois contaminar todo o sistema fiscal num futuro muito próximo".


CDS-PP apela à estabilidade e relativiza negociações do Governo com o Chega

João Almeida, deputado do CDS-PP, acredita que há "condições" para aprovar a proposta de Orçamento do Estado que o Governo tem de apresentar no parlamento até dia 10 de outubro.

"Há algum português que ache que é melhor para o país não ter Orçamento do que ter Orçamento? Nós não somos os representantes das pessoas?", questiona o centrista.

João Almeida desdramatiza ainda os encontros e o diálogo entre Luís Montenegro e André Ventura: "O Governo abriu as negociações a todos os partidos numa lógica de humildade democrática. A disponibilidade tem de ser geral", afirma o deputado, que aponta: "O Governo reuniu com todos, incluindo com os que disseram estar contra a proposta de Orçamento do Estado".

Para o ex-secretário de Estado do Governo de Pedro Passos Coelho, ao afirmar que vai apresentar uma proposta "irrecusável", Luís Montenegro está apenas a revelar confiança no diálogo com o PS: "Não é arrogância, é convicção".
PUB