O primeiro de dois dias de trabalhos parlamentares sobre o documento durou cerca de 11 horas e ficou marcado por forte crispação política e pelo anúncio de descida da carga fiscal.
O primeiro de dois dias de trabalhos parlamentares sobre o documento durou cerca de 11 horas e ficou marcado por forte crispação política e pelo anúncio de descida da carga fiscal.
Jose Sena Goulão - Lusa
Foto: António Cotrim - Lusa
O Banco de Portugal registou no ano passado um prejuízo operacional de mais de mil milhões de euros. Segundo o "Negócios", o prejuízo é explicado pela subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.
O Governo anunciou que vai baixar já as taxas de IRS. Mas isso será feito com base na tabela de 2023 que tem taxas mais altas do que as que entraram em vigor este ano. A consequência é que a redução das taxas não será tão grande.
Marcelo Rebelo de Sousa descreve Programa do Governo como um melão. O presidente da República avisou que o Governo tem de dialogar com a oposição, em especial nas matérias mais urgentes, e disse que o Executivo tem muito pouco tempo para provar eficácia.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Luís Montenegro anunciou que não vai apresentar um orçamento retificativo. O Programa do Governo da AD enfrenta moções de rejeição do Bloco de Esquerda e do PCP, mas apesar disso deverá ser viabilizado.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
A medida ainda tem de ser votada no Parlamento e Luís Montenegro apelou à rapidez e ao apoio dos deputados.
O Governo apresentou o programa aos deputados, mas o debate centrou-se nas responsabilidades dos três maiores partidos em impedir uma nova crise política. O primeiro-ministro tentou ligar o PS e o Chega à execução do documento e os dois partidos esforçaram-se por se desligarem, com o PS a desafiar o Governo a apresentar uma moção de confiança.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) convocou os sindicatos de professores para reuniões na próxima semana, para começar a negociar a recuperação do tempo de serviço, anunciou hoje o ministro.
"Na próxima semana, começaremos as reuniões com os sindicatos de professores para iniciarmos o processo negocial para a recuperação do tempo de serviço", disse Fernando Alexandre, durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional, no parlamento.
Na sua primeira intervenção, o ministro considerou "urgente encontrar uma resposta à justa reivindicação dos professores", sublinhando que a instabilidade vivida nas escolas "tem de ser ultrapassada rapidamente".
A primeira reunião com as organizações sindicais que representam os professores dará início à negociação de uma das principais reivindicações dos docentes: a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 meses de tempo de serviço congelado e que ainda não foi contabilizado.
O Programa do XXIV Governo Constitucional, que está a ser debatido na Assembleia da República, prevê a recuperação do tempo de serviço dos professores "ao longo da legislatura, à razão de 20% ao ano".
A Federação Nacional da Educação (FNE) disse à Lusa que foi convocada para uma reunião no dia 19, sexta-feira, às 17:30, não se sabendo ainda quando serão recebidos os restantes sindicatos.
O ministro adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, assumiu hoje como uma das prioridades o combate à fraude e à corrupção nos fundos europeus e aumentar a execução do PT2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Quase 40 anos depois de receber os fundos da União Europeia (UE) não é aceitável que tenhamos qualquer tipo de permissividade, ainda que por ingenuidade ou omissão, com a fraude, a ilegalidade ou a corrupção", disse durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional, no parlamento.
Castro Almeida defendeu a necessidade de combater estas ameaças, anunciando que irá aumentar a fiscalização especializada no terreno, com um reforço do número de inspetores.
"Não é suficiente controlar papéis e folhas de Excel. Muitas vezes os papéis, que aceitam tudo o que lá se escreve, podem esconder realidade do terreno", argumentou.
O governante alertou ainda que o PT2020 ainda tem "500 milhões de euros de despesa para pagar do fundo de coesão e 600 milhões de euros destinados à agricultura, a executar até ao final de 2025".
O ministro comprometeu-se em "salvar 60 milhões de euros, que não estão ainda validados", pelo que o Governo vai aprovar "brevemente um diploma legal fixando o prazo de elegibilidade das despesas até 31 de agosto" deste ano.
"Nenhum euro pode ser desperdiçado. É uma questão de maturidade e responsabilidade", afirmou.
Castro Almeida considerou ainda "lastimável" que mais de um ano depois do início do 2023 "falta executar cerca de 99,5%" deste programa, apontando como um dos principais "problemas" o tempo de análise das candidaturas.
Assumiu como outra das prioridades acelerar a execução do PRR, destacando que "já passou metade do tempo" do plano e "a sua taxa de execução está nos 20%".
"É um resultado a todos os níveis incompreensíveis. Não é aceitável que um programa tão estruturante como o PRR tenha um ritmo tão lento e balanço tão medíocre. Há que recuperar atrasos e prevenir novos atrasos no futuro", disse.
No período de pedidos de esclarecimentos, o ministro respondeu, sobre o IMT, que mesmo não sendo o responsável pela pasta das Finanças, a medida de isenção deste imposto para jovens em determinadas condições terá que ser compensada no Orçamento do Estado uma vez que essa receita é dirigida aos municípios.
O ministro do Estado e das Finanças afirmou que "fazer o Programa do Partido Socialista é igual a não fazer nada", tendo em consideração que o "cenário que o Partido Socialista apresentou a eleições, de crescimento de 2 por cento, é igual ao cenário de políticas e variantes do Conselho de Finanças Públicas, ou seja o cenário de não fazer nada", afirmou. Miranda Sarmento defendeu que "entre os dois eu acho que o melhor é mesmo não fazer nada".
O ministro do Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse esta quinta-feira que "este é um programa ambicioso, mas realista" e defendeu que o equilíbrio das contas públicas são "uma condição imprescindível da governação".
A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, afirmou na sua intervenção que o seu partido e a esquerda têm "todos, todos, todas motivos e as razões para apresentar uma moção de rejeição a este Programa de Governo" que não apresenta "nenhuma mudança", mas sim uma "insistência no erro".
O primeiro-ministro afirmou que o novo Governo tem o objetivo de tornar a agricultura, as pescas e as florestas em "setores estratégicos" para o desenvolvimento do país e prometeu apresentar "muito rapidamente" ao país um plano sobre a gestão da água, em resposta ao deputado social-democrata Cristóvão Norte que considerou na sua intervenção que o atual executivo "tem as opções certas", mas precisa de "promover o setor primário, em particular a agricultura".
No início da segunda ronda, a líder parlamentar do Livre pediu esclarecimentos ao primeiro-ministro a sobre a efetivação de duas medidas "muito concretas" e "essenciais para ajudar a vida das pessoas" que foram aprovadas no Orçamento do Estado de 2024, nomeadamente o Fundo de Emergência para a Habitação e o alargamento do Passe Ferroviário Nacional. Isabel Mendes Lopes disse que o Programa do Governo é "vago" e que, em algumas áreas, "desajuda mais do que vem ajudar".
Foto: Rodrigo Antunes - Lusa
O presidente da República lembrou, esta quinta-feira, que um "Governo minoritário tem, naturalmente, de fazer diálogo".
Luís Montenegro promete estabilidade política e diálogo com todos os partidos. Pedro Nuno Santos acusa o chefe do Governo de arrogância e de falta do prometido diálogo.
O primeiro-ministro afasta a necessidade de apresentar um orçamento retificativo. Luís Montenegro diz que o importante é "resolver os problemas das pessoas".
João Alexandre - Antena 1
Negociações com professores e forças de segurança nos próximos dez dias, descida do IRS nos rendimentos até ao oitavo escalão ou o regresso das provas nacionais do 9.º ano em papel. Foram apenas alguns dos anúncios feitos por Luís Montenegro na abertura do debate do programa de Governo.
Foto: Lusa
O debate da manhã desta quinta-feira no Parlamento fica marcado por críticas ao programa de Governo e pela troca de acusações de arrogância entre primeiro-ministro e líder socialista. Na estreia de Luís Montenegro, no primeiro debate parlamentar, a discussão foi acesa, sobretudo com André Ventura e Pedro Nuno Santos, com o primeiro-ministro a fazer pressão máxima ao PS em nome da estabilidade do país.
A deputada única do PAN considera que o Programa de Governo "não traduz a mudança que os portugueses querem ver".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje que o Governo vai reunir-se na sexta-feira à tarde com as estruturas representativas das forças de segurança, encontro que vai decorrer no Ministério da Administração Interna.
"Já estou em condições, desde que abri o debate aqui às 10:00 até agora, de poder confirmar que, por exemplo, a primeira reunião com as forças representativas das forças de segurança será já amanhã à tarde no Ministério da Administração Interna", afirmou o líder do executivo.
Luís Montenegro falava na Assembleia da República, no debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional, em resposta a um pedido de esclarecimento colocado pela deputada única do PAN, Inês de Sousa Real.
"Estamos já a cumprir aquilo que disse na intervenção inicial, que nos próximos dias abriríamos o processo negocial quer com as forças de segurança, quer com os professores, que são os dois setores prioritários neste âmbito", salientou o primeiro-ministro.
Na intervenção inicial neste debate, o primeiro-ministro anunciou que, nos próximos dez dias, o Governo vai iniciar conversações com representantes dos professores e das forças de segurança, "com vista a tratar de assuntos relacionados com as carreiras e estatuto remuneratório".
O primeiro-ministro assumiu hoje que o Governo prioriza a redução do IRS sobre a dos impostos indiretos, depois de o PCP o ter desafiado a baixar o IVA sobre a eletricidade, gás e telecomunicações.
O secretário-geral do PCP recordou que várias áreas profissionais vão "com a sua luta e ação obrigar o Governo a cumprir com as promessas e solução dos problemas".
Luís Montenegro escusou-se a esclarecer se o Governo vai apresentar um orçamento retificativo, dizendo que o fará se houver necessidade, e defendeu que "mais importante" é tomar decisões para resolver os problemas das pessoas.
O líder do Chega começa o discurso a afirmar que a legislatura do novo Governo no Parlamento não começou bem. "Não começa bem porque vem a um Parlamento onde não tem nada aproximado com uma maioria".
Na resposta ao secretário-geral do PS, o primeiro-ministro frisa que quer manter "diálogo político e construtivo, em favor da qualidade de vida dos portugueses e do comprimento dos objetivos traçados no Programa do Governo".
O Bloco de Esquerda submeteu a sua moção de rejeição ao Programa do XXIV Governo Constitucional. No texto, acusa o Executivo de Luís Montenegro de ter apresentado um documento "cheio de promessas vagas" e com o "caderno de encargos dos mais ricos".
O secretário-geral do PS começa o discurso com um ataque ao primeiro-ministro. "Lidera um partido, que chumbou nove orçamentos. Como chumbou o orçamento de 2021. Na campanha interna do PSD mostrava incompreensão pelo facto do antigo presidente não dizer que volta logo contra o orçamento", afirmou Pedro Nuno Santos.
O primeiro-ministro desafiou hoje os partidos, em especial o PS, a assumirem já se "têm alguma reserva mental sobre a legitimidade deste Governo para executar o seu Programa", pedindo que, caso contrário, não sejam "bloqueio ao normal funcionamento do Governo".
"Se, como é minha convicção e esperança democrática, os partidos, e em especial o PS, não têm essa reserva mental, então nestes dois dias e nos anos seguintes, com certeza que fará a sua oposição e com certeza que constituirá a sua alternativa, mas assumirá em consequência que não será um bloqueio ao normal funcionamento do Governo", defendeu Luís Montenegro, na abertura do debate do programa do XXIV Governo Constitucional.
O primeiro-ministro assegurou que não será o Governo "a pôr em causa a estabilidade política e governativa".
"Quando chegar o momento, no final da legislatura, o povo português julgará o nosso trabalho e as alternativas apresentadas pelas oposições, bem como, o sentido de responsabilidade de cada um", disse.
No entanto, voltou a defender uma tese que já tinha deixado na sua tomada de posse: "a apreciação deste Programa do Governo, sem aprovação de uma moção de rejeição, significa que o parlamento permitirá a sua execução até ao final do mandato ou, naturalmente, até à apresentação e aprovação de uma moção de censura".
"Não se trata de aderir ao programa, trata-se de não bloquear a sua execução. Os portugueses percebem que a oposição não queira dar um cheque em branco ao Governo. Mas os portugueses não perdoarão se a oposição der um cheque sem cobertura ao país", avisou.
O líder do PSD disse que o Governo não fará "chantagem nem terá um comportamento de arrogância", mas será "leal e honesto" quanto ao que significa, no seu entendimento, a não aprovação de uma moção de rejeição.
Num aparente recado ao Chega, no final do seu discurso, Montenegro disse que todos os partidos representados na Assembleia da República "têm legitimidade democrática e merecem esse respeito e essa consideração".
"Para nós, não há os portugueses do bem e os portugueses do mal. Rejeitaremos sempre o discurso de ódio e a radicalização política", disse.
O PSD defende que o programa de Governo mostra "boa-fé" por parte do Executivo. É o que diz à Antena 1, o vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata, Alexandre Poço. Ele entende que o programa de Governo é revelador da vontade do primeiro-ministro para encontrar soluções para o país.
O Executivo de Luís Montenegro entregou ao Parlamento na quarta-feira, 10 de abril, o novo Programa de Governo depois de ter sido aprovado ao início da manhã em Conselho de Ministros e na véspera de dois dias consecutivos de debate. O documento de 185 páginas celebra as promessas feitas pela Aliança Democrática, durante a campanha eleitoral, mas inclui também "mais de 60 propostas dos outros programas de partidos com assento parlamentar", representando aos olhos do Governo um programa de "mudança mas também de diálogo".
Foto: Nuno Patrício - RTP
Os socialistas anunciam a abstenção nas moções de rejeição que vão ser apresentadas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda. É o que revela Alexandra Leitão. A recém-eleita líder da bancada parlamentar do PS garante que esta posição do partido não representa um cheque em branco, em relação ao novo Governo.
Foto: António Pedro Santos - Lusa
O documento contém as medidas que o Executivo de Luís Montenegro se propõe a concretizar, ao longo dos próximos quatro anos. Já se sabe que o Programa do Governo inclui medidas para os professores, para os médicos e para as forças de segurança e confirma-se a integração de várias promessas eleitorais, dos impostos aos salários.
Os partidos da área não socialista afirmam que falta ambição ao programa do Governo. Já os da área socialista falam em retrocesso e o Bloco de Esquerda vai avançar mesmo com uma moção de rejeição, alegando o agravamento das condições do serviço público.
Os sindicatos da educação dizem que a intenção do Governo de recuperar o tempo de serviço dos professores é um começo de negociações. Mas os sindicatos não concordam com a solução apresentada. Na saúde, esperavam-se mais medidas de valorização das carreiras dos profissionais de saúde, enquanto a plataforma que junta sindicatos da PSP e da GNR disse que o programa do Governo fica aquém do esperado.
Essa prestação chama-se Suplemento Remunerativo Solidário e vai agregar os diferentes apoios. A nova prestação social garante que os desempregados não passam a ter menos rendimento quando voltam ao mercado de trabalho.
O programa do governo dá seguimento a uma promessa eleitoral: a de baixar o IRS até ao 8.º escalão de rendimentos. Para as empresas, haverá redução do IRC em dois pontos percentuais por ano até atingir os 15%. Daqui a quatro anos, o Governo quer que o salário mínimo atinja os mil euros.
Nuno Morais Sarmento vê uma grande necessidade de diálogo no programa do governo. O antigo ministro social-democrata, disse esta quarta-feira, na Grande Entrevista da RTP, que tem visto com espanto a aproximação entre PS e PSD.
A reação do PS chegou pela voz da nova líder parlamentar. Alexandra Leitão critica o governo por não ter dialogado com os restantes partidos na elaboração do programa.
A gestão dos tempo de intervenção dos deputados vai deixar de ser um problema para o presidente da Assembleia da República. Foi aprovado um novo sistema que funciona como semáforos a avisar os oradores. O microfone é desligado 15 segundos depois de se ter esgotado o tempo, sem que a mesa da assembleia tenha intervenção no processo.