Foto: Paulo Novais, Lusa
Os sindicatos dos professores apelam ao BE e ao PCP para viabilizarem as propostas da direita na contagem integral do tempo de serviço e avisam que não votar contra a sustentabilidade financeira da medida é a única maneira de o diploma avançar.
O Bloco de Esquerda avisa que não concorda e que vai votar contra as propostas polémicas de PSD e CDS.
Os dois partidos da direita querem que a contagem do tempo dos professores dependa da situação financeira do país - um apelo que o Bloco de Esquerda já rejeitou.
As propostas de PSD e CDS surgiram no domingo, quase três dias depois do acordo insólito no parlamento.
Na primeira reação, Rui Rio defendia o voto do partido - mesmo sem ter a certeza do que tinha ficado escrito: "Eu não tive acesso, eu não sei aquilo que foi aprovado ontem em comissão, ontem à noite ou de madrugada ou lá o que foi, vou ver, mas há uma coisa que eu tenho a certeza - o PSD não votará nada, nada, de diferente daquilo que eu tenho dito".
Quase ao mesmo tempo, Assunção Cristas assegurava que o partido se tinha comprometido com a sustentabilidade financeira.
Só que isso não tinha ficado no papel. PS, Bloco de Esquerda e PCP chumbaram as propostas que faziam depender a contagem integral do tempo da situação orçamental e financeira do país.
E, depois da ameaça de demissão de António Costa, PSD e CDS confirmavam que não mudariam o sentido de voto.
Segundo Assunção Cristas nessa altura, "o CDS pondera as suas decisões atempadamente. O primeiro-ministro é que tem um problema para resolver".
Mas os dois partidos da direita acabariam por mudar de posição. Rui Rio e Assunção Cristas apresentam no domingo a mesma iniciativa: só mantêm o voto a favor se for assegurada a sustentabilidade da medida.
E Rui Rio anuncia: "Vamos propor ao plenário a inclusão das propostas de salvaguarda financeira que fizemos na comissão e que o PS incoerentemente rejeitou. Se o governo e o PS persistirem em recusar as cláusulas de salvaguarda financeira, então o PSD não poderá votar favoravelmente o diploma final".
E também Cristas anuncia uma nova posição, admitindo que "não fomos suficientemente eficazes e capazes de explicar que não tinha havido uma votação final".
Ambos negam que tenham recuado, mas o voto de quinta-feira que podia derrubar o governo passou a um voto que deverá deixar tudo como estava.