Uma semana depois da sua ameaça de demissão, o primeiro-ministro deu por finda a ameaça de crise política, depois do chumbo na Assembleia da República da contagem de tempo integral de serviço dos professores.
"Foi um resultado clarificador e uma vitória da responsabilidade", afirmou António Costa, agradecendo à Assembleia.
A Assembleia da República rejeitou esta sexta-feira as alterações ao decreto do Governo que previam a contagem de todo o tempo de serviço congelado aos professores, com os votos contra do PS, PSD e CDS-PP e os votos favoráveis do BE, PCP e PEV. O PAN optou pela abstenção.
Nas galerias do hemiciclo estiveram muitos professores, que abandonaram as bancadas no momento do chumbo.
Em termos de consequências políticas, com o chumbo na Assembleia da República do princípio da recuperação integral do tempo de serviço dos professores - nove anos, quatro meses e dois dias -, fica assim afastado o cenário da demissão do Governo, que foi colocado em cima da mesa pelo primeiro-ministro, António Costa, na semana passada.
As estruturas sindicais dos professores prometem continuar os protestos para conseguir a contagem integral do tempo de serviço.
Para o primeiro-ministro, a solução satisfez os portugueses. António Costa não se eximiu de lançar novas farpas à direita, assumindo que, em todo este processo, foi a decisão do PSD e do CDS-PP o que mais o surpreendeu.
"O país assistiu à enorme cambalhota dos campeões da austeridade", sustentou.
"Ficou demonstrado que o Governo não só não fez teatro, como falou verdade", defendeu também António Costa. A decisão "terá os custos políticos que tiver de ter", reconheceu, acrescentando esperar que, agora, "a paz possa regressar à escola".
António Costa garantiu que, nesta crise, o único objetivo do Executivo foi manter o equilíbrio das contas públicas e, ao mesmo tempo, cumprir a promessa eleitoral de descongelar as carreiras da Função Pública.
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