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Pós-eleições na Madeira. PSD quer dialogar e PS acredita ser possível apresentar alternativa

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Homem de Gouveia - Lusa

O PSD voltou a vencer as eleições no domingo, mas teve o pior resultado de sempre, falhando, pela terceira vez consecutiva, a maioria absoluta. Apesar disso, Miguel Albuquerque mostra-se disponível para dialogar e assegurar um "Governo com estabilidade". Já o PS acredita ser possível criar uma alternativa a um Governo do PSD e garante que vai procurar dialogar com outras forças partidárias, à exceção do PSD e Chega.

Segundo os resultados oficiais provisórios da noite eleitoral divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PSD conseguiu 36,1% dos votos e o PS chegou aos 21,3%.

O Juntos Pelo Povo (JPP) foi a terceira força política mais votada, com 16,9% dos votos. O Chega conseguiu 9,2%, o CDS 4%, a IL 2,6% e o PAN 1,9%. Segue-se a CDU com 1,6%, o BE com 1,4% e o PTP, com 0,9% dos votos.

Contas feitas, o PSD conseguiu eleger 19 deputados (menos um do que nas últimas eleições) e os socialistas elegeram 11.
O CDS perdeu um deputado, ficando com dois parlamentares, e o PAN manteve o lugar no Parlamento, assim como o Chega e a IL, que ficaram com o mesmo número de assentos (quatro e um, respetivamente).

O JPP, partido nascido na região e com origem num movimento autárquico independente, aumentou o número de eleitos de cinco para nove. Já o BE e a CDU perderam a representação parlamentar.
PSD quer “dialogar” e PS diz que é possível apresentar uma alternativa
No discurso após serem conhecidos os resultados, Miguel Albuquerque saudou a "vitória clara" do PSD e apontou para uma "derrota copiosa" da esquerda.

O social-democrata diz-se agora disponível para negociar com "todos os partidos com assento parlamentar", excluindo o PS, e assegurar um "Governo com estabilidade".

"Os resultados são fáceis de interpretar. Nós somos o partido que foi escolhido pelo povo madeirense para governar", afirmou, reforçando ser necessário aprovar o Orçamento deste ano e um Programa do Governo até julho.

Contudo, não mencionou um partido em concreto, nem indicou se pretende governar em minoria, negociar um acordo de Governo ou um acordo parlamentar. Nas eleições de 2019, após ter perdido a maioria absoluta pela primeira vez, o PSD fez um acordo com o CDS e os dois governaram o arquipélago desde então. No entanto, em 2023, os social-democratas assinaram um entendimento de incidência parlamentar com o PAN para que a coligação pudesse contar com o apoio de 24 dos 47 deputados da Assembleia.

O PS, por sua vez, faz uma leitura diferente dos resultados e diz ser possível apresentar uma alternativa a um Governo do PSD.

O PS e o JPP, juntos, têm 20 deputados, ficando a quatro da maioria absoluta do parlamento. No entanto, Paulo Cafôfo diz que irá dialogar com todos os partidos com representação parlamentar, mesmo à direita, à exceção do PSD e Chega. O objetivo do líder regional socialista é “construir um novo Governo com estabilidade”.

Luís Montenegro felicitou Miguel Albuquerque
pela vitória e pediu responsabilidade ao PS e ao Chega.

"Os madeirenses escolheram com clareza e escolheram duas vezes, no espaço de oito meses, a mesma força política para liderar o Governo regional e o mesmo candidato a assumir essa liderança", afirmou o primeiro-ministro.


Montenegro declarou que o PS e o Chega sofreram grandes derrotas e não apresentam condições para serem Governo na Madeira. "É tempo de reclamar o respeito democrático, a humildade democrática àqueles que perdem", asseverou.

Pedro Nuno Santos destacou o “pior resultado de sempre” do PSD na Madeira, apesar da vitória.
O líder do PS não quis, no entanto, especular sobre possibilidades de governação para respeitar as autonomias regionais.
O que dizem os restantes partidos?
Sobre eventuais acordos com outros partidos, Élvio Sousa, candidato pelo JPP, reafirmou que o PSD está “fora da equação” e remeteu quaisquer outras conversas para esta segunda-feira.

O líder regional do Chega, Miguel Castro, deixou claro que o partido apenas apoiará o executivo social-democrata sem Miguel Albuquerque na equação. Se o presidente do PSD/Madeira ficar terá de "ter a coragem" para governar sem maioria, disse o líder regional do Chega.

André Ventura reiterou que não há nenhuma possibilidade de acordo de governação com Miguel Albuquerque
e considerou que o presidente do Governo regional não tem condições para se manter no poder.

O CDS-PP já admitiu estar disponível para dialogar com todos os partidos, mas avisou que não voltará a integrar o executivo.

Também a IL reafirmou que não vai fazer acordos com ninguém, embora tenha disponibilidade para negociar caso a caso.
Sobre o desafio de Paulo Cafôfo em falar com a IL, o líder da IL, Rui Rocha, foi perentório: "o melhor conselho que eu daria a Paulo Cafôfo é que não perca tempo connosco".

O PAN, por sua vez, manifestando-se como "um partido de abertura, de diálogo, de construção", assegurou que não deixará "ninguém de parte" e pensará "sempre naquilo que é o melhor" para a região.

c/ Lusa
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