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Polémicas TAP. Marcelo diz que "não faz sentido" falar em dissolução da Assembleia da República

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Pedro Sarmento Costa - Lusa

O presidente da República reagiu esta segunda-feira às mais recentes polémicas sobre a TAP. Em resposta à oposição, Marcelo descartou a hipótese de eleições antecipadas, considerando que nesta altura “não faz sentido falar de dissolução” da Assembleia. Sobre a polémica da alteração do voo, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que essa ideia “seria estúpida e egoísta”.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, tendo em conta a atual conjuntura, “não faz sentido estarmos a falar periodicamente de dissolução” da Assembleia da República.

“A oposição não pode dar por garantido que o presidente, empurrado, há-de um dia dar a dissolução. É melhor não dar isso por garantido, o Presidente não é refém da oposição”, afirmou Marcelo aos jornalistas durante a inauguração da casa museu soldado Milhões, em Murça.

Da mesma forma, Marcelo também sublinhou que “o governo também não pode dar por garantido que porque tem maioria absoluta, isso é um seguro de vida para não haver dissolução. O presidente também não é refém do governo”.

“O presidente não está nem no bolso da oposição, nem no bolso do governo. Sou livre de decidir”, concluiu.
Sobre a polémica reunião entre deputados do PS e a então CEO da TAP, que decorreu na véspera da audição parlamentar de Christine Ourmières Widener, Marcelo diz que essa ideia “não saiu bem aos olhos dos portugueses”.

“Seria o mesmo que um professor fazer a preparação de um exame com os alunos que vai examinar”, afirmou.

O presidente da República deixou vários recados e instou o Governo a “governar mais rápido e melhor” e a “estar atento para que não haja situações de desgaste desnecessário”, avisando que nenhuma maioria é capaz de resistir a sucessivos desgastes. À oposição, por sua vez, Marcelo lembrou que a sua função é “mostrar que é uma alternativa”.
Adiar o voo seria “uma ideia estúpida e egoísta”
Questionado sobre o caso do voo, o Presidente da República disse que a ideia de adiar um voo que condicionaria a vida de 200 pessoas seria “estúpida e egoísta”.


“Nunca me passou pela cabeça essa ideia que seria estúpida e egoísta”, afirmou.

Em causa nesta nova polémica está um e-mail que foi enviado à presidente executiva da TAP pelo ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, para alteração de um voo onde ia seguir o presidente da República.

No e-mail, Hugo Mendes afirma que Marcelo é o “principal aliado político” e que “não podem perder” o seu apoio.

António Costa considera este e-mail “grave e inadmissível” e garantiu, esta segunda-feira, que teria forçado a demissão do ex-secretário de Estado das Infraestruturas na "hora", se tivesse tido conhecimento desse e-mail trocado com a presidente executiva da TAP.

Da direita à esquerda, há uma avaliação negativa ao primeiro-ministro e ao Executivo em relação a todas estas polémicas. O presidente do PSD acusa Costa de “fuga às responsabilidades” e o Chega desafiou mesmo o PSD a apresentar uma moção de censura.

Marcelo Rebelo de Sousa reconhece que “a TAP é uma preocupação para todos nós” e “é um tema sensível em termos externos e internos”. O presidente da República reitera, por isso, que “é preciso apurar tudo o que se passou”.
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