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Polémica TAP. Montenegro acusa Costa de "fuga às responsabilidades"

por RTP
Fernando Veludo - Lusa

O presidente do PSD já reagiu às declarações de António Costa sobre o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP. Luís Montenegro acusa o primeiro-ministro de "fuga às responsabilidades".

No Twitter, Luís Montenegro escreveu: “Só acha gravíssimo?? Então fazer reunião entre o CEO, PS e Gov para preparar audição, ter ministro e ex ministro a faltar à verdade, ser o Gov a preparar as respostas da TAP, isso é tudo normal?? Isto não é habilidade, é fuga às responsabilidades”.
Antes de partir para uma viagem de dois dia à Coreia do Sul, o primeiro-ministro considerou "gravíssimo" o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP sobre o chefe de Estado e afirmou que teria obrigado à sua demissão na hora.

"Como ainda não parti, respondo a essa questão de política interna. Cada instituição tem o seu tempo e este é o tempo da Assembleia da República apurar a verdade, toda a verdade, como tenho dito, doa a quem doer", declarou o líder do executivo à agência Lusa.

António Costa acrescentou que "não conhecia" esse e-mail "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro a demiti-lo, na hora", referindo-se ao então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Em causa está a troca de mensagens entre Hugo Mendes e Christine Ourmières-Widener sobre uma eventual mudança de um voo que tinha como passageiro o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"É gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas", acentuou.
Reação de Costa "peca por tardia", diz Miguel Pinto Luz
O vice-presidente do PSD considera que a reação de António Costa à troca de e-mails entre Hugo Mendes e Christine Ourmières-Widener "peca por tardia" e acrescenta que "é uma habitual encenação" do primeiro-ministro.

Para Miguel Pinto Luz, o chefe do Governo aborda vários temas com "enorme ligeireza".
"É recorrente António Costa usar o estratagema de dizer que não conhecia o e-mail, que não conhecia a informação, que não sabia. O primeiro-ministro tem de saber. Ninguém consegue gerir o que não conhece. E o primeiro-ministro tem de saber tudo o que se passa na esfera de influência do seu governo", acrescentou em entrevista à RTP3.

O vice-presidente do PSD recorda ainda que João Galamba, ministro das Infraestruturas, tem "reuniões secretas para ludibriar o Parlamento" e que Alexandra Reis, enquanto secretária de Estado, teve várias reuniões com a presidente da TAP, quando deveria ter pedido "escusa sobre o tema".

Além disso, Pinto Luz acusa o ministro das Finanças de reuniões noturnas a um domingo "para tentar convencer a antiga CEO a demitir-se, quando esta apresenta resultado positivos".

"De facto é trapalhada, atrás de trapalhada. Este governo está envolvido em trapalhadas sucessivas", sublinhou.
Bloco de Esquerda também já reagiuMariana Mortágua recorda que a TAP “foi sugada por prémios aos gestores e contratos ruinosos, que só beneficiaram o acionista privado.

“Costa garantiu o aumento da presença do Estado, mas não uma gestão pública competente. A escolha não pode ser entre um privado que destrói a TAP e as trapalhadas do Governo”.

Chega insta o PSD a apresentar moção de censura contra o GovernoAndré Ventura dirigiu-se esta segunda-feira ao presidente do PSD, pedindo a Luís Montenegro para que apresente uma moção de censura a António Costa, lembrando que o Chega e a Iniciativa Liberal já não o podem fazer nesta sessão legislativa.
O líder do Chega lembra que o PSD é "o único partido" à direita que ainda pode apresentar uma moção de censura. Se isso não acontecer, será o Chega a fazê-lo no início da próxima sessão, em setembro.
Iniciativa Liberal considera declarações insuficientes
A Iniciativa Liberal considera que as declarações de António Costa são insuficientes. Em entrevista à RTP3, Rui Rocha acusa o primeiro-ministro de sacrificar um secretário de Estado que já estava demitido para controlar os danos que a comissão de inquérito da TAP está a provocar no Governo.



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