O presidente do PSD já reagiu às declarações de António Costa sobre o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP. Luís Montenegro acusa o primeiro-ministro de "fuga às responsabilidades".
Só acha isto gravíssimo?? Então fazer reunião entre CEO, PS e Gov para preparar audição, ter ministro e ex ministro a faltar à verdade, ser o Gov a preparar as respostas da TAP, isso é tudo normal?? Isto não é habilidade, é fuga às responsabilidades. https://t.co/YMvJQuphOJ
— Luís Montenegro (@LMontenegroPSD) April 10, 2023
"Como ainda não parti, respondo a essa questão de política interna. Cada instituição tem o seu tempo e este é o tempo da Assembleia da República apurar a verdade, toda a verdade, como tenho dito, doa a quem doer", declarou o líder do executivo à agência Lusa.
António Costa acrescentou que "não conhecia" esse e-mail "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro a demiti-lo, na hora", referindo-se ao então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
Para Miguel Pinto Luz, o chefe do Governo aborda vários temas com "enorme ligeireza". "É recorrente António Costa usar o estratagema de dizer que não conhecia o e-mail, que não conhecia a informação, que não sabia. O primeiro-ministro tem de saber. Ninguém consegue gerir o que não conhece. E o primeiro-ministro tem de saber tudo o que se passa na esfera de influência do seu governo", acrescentou em entrevista à RTP3.
O vice-presidente do PSD recorda ainda que João Galamba, ministro das Infraestruturas, tem "reuniões secretas para ludibriar o Parlamento" e que Alexandra Reis, enquanto secretária de Estado, teve várias reuniões com a presidente da TAP, quando deveria ter pedido "escusa sobre o tema".
Além disso, Pinto Luz acusa o ministro das Finanças de reuniões noturnas a um domingo "para tentar convencer a antiga CEO a demitir-se, quando esta apresenta resultado positivos".
"De facto é trapalhada, atrás de trapalhada. Este governo está envolvido em trapalhadas sucessivas", sublinhou.
“Costa garantiu o aumento da presença do Estado, mas não uma gestão pública competente. A escolha não pode ser entre um privado que destrói a TAP e as trapalhadas do Governo”.A TAP foi sugada por prémios aos gestores e contratos ruinosos, que só beneficiaram o acionista privado. Costa garantiu o aumento da presença do Estado, mas não uma gestão pública competente. A escolha não pode ser entre um privado que destrói a TAP e as trapalhadas do Governo.
— mariana mortágua (@MRMortagua) April 10, 2023
A Iniciativa Liberal considera que as declarações de António Costa são insuficientes. Em entrevista à RTP3, Rui Rocha acusa o primeiro-ministro de sacrificar um secretário de Estado que já estava demitido para controlar os danos que a comissão de inquérito da TAP está a provocar no Governo.