Pedro Nuno Santos e Paulo Raimundo frente a frente no debate da RTP

por Graça Andrade Ramos, Inês Geraldo, Inês Moreira Santos - RTP

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, estiveram esta noite em debate na RTP3. Apesar de alguns assuntos em que mostraram convergência, o PCP acusou o PS de alinhar no desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde e de ter viabilizado o orçamento do estado da AD. Pedro Nuno Santos afirmou que o PS apresenta a agenda certa para derrotar a AD e ser de novo governo.

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Legislativas. Debate entre Paulo Raimundo (CDU) e Pedro Nuno Santos (PS)

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O debate entre Paulo Raimundo, da CDU, e Pedro Nuno Santos, do Partido Socialista.

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Estamos disponíveis para a "rotura com este caminho" afirma Paulo Raimundo

Paulo Raimundo contestou que as propostas da CDU vão além do que a economia portuguesa pode aguentar, como acusa PNS.

"O compromisso que assumimos é com a vida das pessoas, que é isso que importa", sustentou na sua intervenção final, afirmando que os portugueses trabalham "não para os seus salários, não para a sua qualidade de vida mas para os lucros que se acumulam e acumulam e acumulam".

"A não ser que achemos normal que, num país como o nosso achem normal termos 19 grupos económicos com 32 milhões de euros de lucros por dia", alvitrou.

"Se acharmos normal, então a política a seguir é a deste governo na continuidade da do Partido Socialista", acrescentou. Em caso contrários "temos de alterar esta política e a rutura com este caminho".

"Para isso estamos disponíveis", rematou. Lembrando as propostas elencadas por PNS, repetiu a ideia de que "tudo isso só é possível com mais força à CDU, com mais votos e deputados, como prova o passado, o presente e como vai provar o futuro".
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Limites das promessas socialistas. "Aquilo que a economia portuguesa pode pagar" diz PNS

Na sua intervenção final, Pedro Nuno Santos, disse que "não quer mais" falar sobre o tema da compra das suas propriedades, alvo de denúncia anónima "com objetivos políticos", referindo que já deu "todas as explicações e documentção necessárias".

"Tivesse o meu principal adversário feito o mesmo se calhar não estaríamos aqui", afirmou, dirigindo farpas tanto a Luís Montenegro como a Paulo Raimundo.

"É possível nós termos um governo para todos, e não apenas para uma minoria e é possível termos um governo que defende o SNS, que defende o aumento da Habitação e aumentos salariais" concluiu, apontando para o rival comunista.

Sobre esses aumentos do salério mínimo, Pedro Nuno Santos insistiu que essas são propostas a serem feitas "até onde a economia portuguesa consegue pagar" rejeitando "fazer promessas" que depois "não temos pequenos e médias portuguesas capazes de pagar".
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Paulo Raimundo. "Não fazemos promessas, assumimos e sustentamos os nossos compromissos"

Sobre a eventual contenção nas promessas eleitorais devido à incerteza económica mundial provocada pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, Paulo Raimundo disse que "nós não andamos a fazer promessas às costas".

"Nós assumimos compromissos e sustentamos os nossos compromissos", sublinhou.

"É uma questão de opções", acrescentou. "Uma ao serviço da minoria outra ao serviço da maioria". "E, desse ponto de vista, o programa do Partido Socialista é um bocado poucochinho", classificou.

"Não seja injusto com o PS", respondeu Pedro Nuno Santos.

"O choque salarial é assim um esprirro salarial, porque o que promete para 2029 não chega àquilo que hoje é pago em Espanha como salério mínimo, quando a urgêncioa é o aumento geral dos salários", criticou o líder do PCP.

Já sobre as PPP das rodoviárias, Paulo Raimundo sublinhou que não apoia o financiamento de 1.200 milhões. "Negoceio. Temos 10 anos para negociar", referiu.

"Na nossa opção não há metade do orçamento do SNS para ser entregue àqueles que fazem da saúde um negócio", acrescentou, em mais um exemplo sobre as vantagens das opções de votar CDU.

Pedro Nuno Santos lembrou que grande parte desse orçamento "é para pagar medicamentos", desafiando Raimundo a explicar "como" irá fazer. "Não é verdade, é uma parte", respondeu o líder comunista. "É uma parte considerável", insistiu o rival socialista.

"O Pedro Nuno Santos sabe tão bem como eu que é possível o nosso país produzir mais medicamentos", ripostou Paulo Raimundo, reconhecendo que não será possível produzir "tudo".
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"Coragem está em ir ao limite daquilo que é possível" diz Pedro Nuno Santos

PNS lembrou que os deputados da CDU ajudaram a derrubar o segundo governo de António Costa ("e voltaríamos a derruba-lo", interveio Paulo Raimundo), que previa um aumento extraordinário de pensões, ideia apoiada pelo PCP.

O líder socialista referiu que foi com maioria absoluta que o governo do PS aprovou a subida extraordinária das pensões, levando Raimundo a ironizar que, então, os deputados da CDU "não são precisos para nada".

Pedro Nuno contestou. "Não disse isso, eu tenho muito respeito pelo PCP", garantiu.

"Coragem não é pela grandeza e dimensão das promessas, porque isso é fácil", acrescentou. "Coragem está em ir ao limite daquilo que é possível", afirmou, prometendo fazer isso mesmo para os salários e pensões.
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Afastamento do líder PS/Braga. Decisão "firme e definitiva" foi justificada diz PNS

Sobre o caso de afastamento do líder do PS/Braga e retirada de apoio à sua recandidatura à CM de Vizela, depois deste ter sido acusado de violência doméstica, Pedro Nuno Santos disse, perante este tipo de casos "o PS não vacila".

"Por isso foi tomada uma decisão, firme e definitiva sobre esse caso", acrescentou.
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Paulo Raimundo diz que votar na CDU é a resposta certa. "É preciso coragem e determinação"

"A única forma de garantir isto não é o PS ganhar as eleições", respondeu Paulo Raimundo à lista da agenda referida por Pedro Nuno Santos para justificar o voto nos socialistas.

"A única forma de grantir isto tudo é mais votos, mais força, nos deputados da CDU, porque é isso que vai determinar como determinou no passado, e vai determinar no futuro", defendeu, depois de ter lembrado que o PS facilitou o ano de governo da AD.

"Foi sempre assim", concluiu, reconhecendo que a CDU precisa de mais deputados.

"Face à imprevisibilidade da situação, face aos cenários que se atravessam à nossa frente, é preciso coragem e determinação para enfrentar aqueles que se acham os donos do país, coragem e determinação para enfrentar a direita e a extrema-direita, olhos nos olhos, coragem e determinação patra travar esta loucura do militarismo" para a qual "querem arrastar o país", afirmou.
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PS apelo ao voto de todos não só dos eleitores comunistas

Pedro Nuno Santos negou que o PS apele aos votos dos eleitores do PCP, referindo que apela "ao voto de todos".

Mas, há algo "muito importante: quem quer uma agenda que defenda preservar o SNS, que queira investir na construção pública de Habitação, que queira valorizar salários, rendimentos, que não queiram dar borlas fiscais a uma minoria de empresas", referiu, concluindo que "quem tem uma agenda dessas tem de ter um Governo do Partido Socialista e de derrotar a AD".
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"A política dos benefícios fiscais é a política do PS" diz PNS

O secretário-geral dos socialistas prosseguiu o argumento sobre os benefícios fiscais, referindo que esta é "do Partido Socialista" e defendendo que as empresas que reinvestem os seus lucros num destino "útil à economia" merecem ser beneficiadas com "um desagravamento fiscal face às empresas que distribuem o seu lucro pelos acionistas".

Paulo Raimundo concordou.
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PCP contra-ataca ao acusar PS de viabilizar orçamento da AD

Pedro Nuno Santos acredita que o PCP tem caído no erro de comparar o PS com a AD. “O Partido Socialista não deu estabilidade à AD, deu estabilidade ao país”, falando sobre a votação no Orçamento do Estado.

O líder do PS acredita que o país não queria voltar a ir a votos, e Paulo Raimundo contra-atacou com medidas do governo da AD que o PS votou a favor.

“O que viabilizou foi o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. Foi todo um caminho, de olharem para o problema da habitação e encará-lo como um negócio para a banca”.

Pedro Nuno Santos voltou a acusar Paulo Raimundo de comparar a AD ao PS e lembrou o trabalho do Partido Socialista enquanto governo, com António Costa.
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Pedro Nuno concorda com o PCP na imigração

Na contra-resposta a Paulo Raimundo, Pedro Nuno Santos afirmou que concorda com o PCP e falou também sobre os vistos Gold.

"Não existem já Vistos Gold para a habitação, não é neste momento um problema. O país e a nossa economia precisam de trabalhadores estrangeiros, isso nós não negamos. Obviamente que a entrada deve ser feita de forma regular e legal”.

Pedro Nuno Santos acredita que Portugal está numa nova fase e que a entrada de estrangeiros precisa de ser feita pelos canais corretos.
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Imigração. Paulo Raimundo lembra importância dos imigrantes

“Nós precisamos de imigrantes”, declarou Paulo Raimundo. O líder do PCP lembrou que os imigrantes são necessários para a economia portuguesa e que é preciso manter os que vêm de fora numa situação regularizada.

“Uma das medidas fundamentais para resolver isto é dotar a AIMA dos meios necessários para regularizar os casos que estão pendentes. Nós fizemos uma proposta neste sentido na Assembleia da República e foi chumbada”.

Paulo Raimundo referiu que as consequências estão à vista após o chumbo e afirmou que o PCP não está disponível para vender o país por 500 mil euros, lembrando o caso dos vistos Gold.
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Pedro Nuno Santos acusa Governo de "usar a política de migração" para "fazer campanha eleitoral"

Quanto às acuações do Governo à anterior Legislatura, no que toca ao número de imigrantes que entraram no país nos últimos anos, Pedro Nuno Santos criticou o Executivo de Montenegro de “usar a política de migração” para “fazer campanha eleitoral”.

Pedro Nuno Santos negou ser “um socialista menos à esquerda”, por declarações sobre “o modo de vida e cultura que devem ser respeitados”.

“Os princípios e os valores são os mesmos. E aí não há nenhuma alteração. Agora, nós temos que em cada momento olhar para a realidade e adaptar as nossas políticas a essa realidade. O que defendemos é uma imigração regulada e humanista”.
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Paulo Raimundo diz que se perdeu "tempo demais" a resolver problemas do SNS

Para Paulo Raimundo o problema na Saúde “não é fácil de resolver de um dia para o outro”, mas acredita que “perdemos tempo demais com esta questão”.

Dirigindo-se para o candidato socialista, o porta-voz da CDU afirmou que “podíamos ter chegado a uma situação completamente diferente”.

“Não é aceitável”, sublinhou Raimundo, que tenham estado fechadas quase 20 urgências neste fim de semana. “Agravado pelo facto de muitas delas serem urgências pediátricas e de obstetrícia”.

“Podíamos ter resolvido isto há mais tempo”, repetiu. “Pedro Nuno Santos sabe que perdemos tempo”.

“Se criarem condições, se valorizarem as carreiras, se derem apoios no alojamento, na fixação dos profissionais de saúde (…), os profissionais vão optar pelo Serviço Nacional de Saúde”.

“Temos de fixá-los”, repetiu. “Há uma vontade, há um vestir de camisola sobre o Serviço Nacional de Saúde”.

O líder comunista considera que é preciso “resgatar” os profissionais do privado para o SNS, mas isto “não se resolve com intenções”. “Resolve-se com medidas”.
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Pedro Nuno aponta "falhanços" ao Governo nos problemas da Saúde

No fim de semana da Páscoa estiveram encerrados dezenas de serviços urgência no país e, para Pedro Nuno Santos, “esta é uma das áreas de maior falhanço de Luís Montenegro e das suas políticas”.

“De falhanços mas também de todo um discurso e um conjunto de promessas que enganou o povo português”, afirmou, recordando que o atual primeiro-ministro tinha garantido que “era fácil e rápido resolver os problemas da saúde”.

“Nunca nos preparou para dizer que antes de melhorar ainda ia piorar”, apontou.

Segundo o candidato socialista, “é evidente” que o setor da Saúde está pior, há “muitos mais problemas com serviços de urgência encerrados” e há “uma diferença e um choque” entre a realidade e o que Montenegro prometeu.

“Há problemas. Nunca o escondemos. Mas é preciso proteger o Serviço Nacional de Saúde”, continuou e frisou que “não há um único hospital privado de oncologia pediátrica”, porque “não é um negócio e não dá dinheiro”.

“Um hospital público nunca diz ‘não’ a ninguém”, acrescentou, lembrando a necessidade de rever as carreiras dos profissionais de saúde e de “mudar a filosofia do próprio Serviço Nacional de Saúde”.

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Pedro Nuno Santos e Paulo Raimundo recordam "legado" deixado por papa Francisco

Pedro Nuno Santos começou por relembrar papa Francisco como “um homem bom e generoso”, que “deixou uma mensagem de amor ao próximo, de respeito ao próximo”, muito importante para “toda a nossa ação também na política”.

O chefe da Igreja Católica, lembrou o líder socialista, tinha “uma grande preocupação para com os mais pobres, para com os desfavorecidos, para com os mais frágeis”. Para Pedro Nuno Santos, a mensagem de respeito pelo outro que Francisco deixou “deve perdurar no tempo”.

Paulo Raimundo, que deixou condolências aos católicos, considerou que “hoje é um dia triste para todos os amantes do combate às injustiças e às desigualdades”, que é “um aspeto central do próprio pontificado” de Francisco.

“É um dia triste para todos os amantes da paz. Foi um homem que teve coragem de pôr o dedo na ferida na questão das desigualdades e no sistema que deixa milhões de pessoas para trás. E teve a coragem numa altura em que muitos faziam a apologia da guerra”, acrescentou o candidato comunista. “Deixou esse legado, deixou esse desafio”.
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