Pedro Nuno reitera que não haverá estabilidade se Montenegro ganhar as eleições

por RTP
Tiago Petinga - Lusa

Com mais um caso a envolver o primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos diz que o país precisa de estabilidade política e de encerrar este capítulo, avisando que tal não vai acontecer se Luís Montenegro vencer as eleições.

Em declarações aos jornalistas este sábado, o secretário-geral do Partido Socialista disse que a nova suspeita sobre Montenegro “é o caso mais grave desde que a crise política começou em Portugal” e avisou que o primeiro-ministro “continuará ensombrado em suspeitas”.

Pedro Nuno Santos avisa que o país precisa de estabilidade política e de encerrar este capítulo, o que não vai acontecer se Luís Montenegro vencer as próximas eleições.

“A dimensão da transparência e da seriedade é fundamental, mas igualmente importante é nós conseguirmos ter estabilidade política e encerrarmos este capítulo. E nós não vamos conseguir encerrar este capítulo se, no final das eleições, quem vencer é Luís Montenegro”, disse Pedro Nuno Santos na sessão de abertura da Convenção Autárquica do PS em Castelo Branco. “Continuará ensombrado em suspeitas, algumas delas graves”, acrescentou. Luís Montenegro está envolvido numa nova polémica. Desta vez, envolve o escritório de advogados de que foi sócio.

Segundo avançou o jornal Expresso na sexta-feira, o escritório estará envolvido no processo crime sobre a maior obra pública adjudicada, até hoje, pela Câmara de Espinho – a requalificação do canal ferroviário, lançada pelo então autarca do PSD, Joaquim Pinto Moreira.


Segundo o Expresso, o Ministério Público está a investigar uma empresa de construção e que a pedido da Câmara Municipal de Espinho, o escritório de advogados de Montenegro emitiu pareceres favoráveis à empresa de construção.
Este sábado, o Correio da Manhã avançou que foi essa empresa que forneceu betão para as obras da casa de Montenegro em Espinho, em 2017.

Luís Montenegro diz não ter conhecimento da investigação. “Eu não fiz nenhum parecer sobre obras. Enquanto advogado, intervim em resposta a solicitações de clientes”, afirmou o primeiro-ministro.

Este é o mais recente caso polémico a envolver Luís Montenegro. A empresa familiar do primeiro-ministro, Spinumviva, está na base da crise política que atirou o país novamente para eleições, depois de o Parlamento ter chumbado uma moção de confiança. As eleições antecipadas estão marcadas para 18 de maio.
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