Pedro Delgado Alves recusa que partido esteja preocupado com extrema-direita "por taticismo"
O dirigente do PS Pedro Delgado Alves afirmou hoje que o partido está preocupado com o crescimento da extrema-direita não "por taticismo", mas porque é a sua "marca identitária".
Num discurso no terceiro e último dia do 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa, Pedro Delgado Alves defendeu que é importante que os socialistas não esqueçam "a dificuldade do momento" atual, "sem alarmismo, sem tremendismo, mas com realismo".
O dirigente do PS, que apoiou Pedro Nuno Santos na última disputa pela liderança do PS, defendeu que o partido tem de ser capaz de "reconhecer que os desafios que hoje a democracia e o Estado social enfrentam são desafios que ao longo dos últimos 50 anos nunca enfrentaram".
"E quando o dizemos, e nos criticam por estarmos preocupados com o crescimento da extrema-direita, nós não estamos preocupados por interesse próprio, por estratégia ou taticismo, mas porque é a nossa marca identitária, foi aí que nascemos", disse.
Neste discurso, Pedro Delgado Alves destacou que, para o PS, "os problemas outros não são indiferentes", em particular "quando há quem entenda que o Estado deve deixar os outros para trás, que cada um se deve preocupar consigo, consigo apenas e deixar os outros fora das suas preocupações".
"Os problemas dos outros não nos são indiferentes, os problemas dos outros são os nossos problemas", disse, enumerando os casos dos "pescadores da Ericeira, dos portugueses do Luxemburgo", "dos trabalhadores da indústria da Marinha Grande ou do Vale do Ave" ou "das mulheres migrantes de Cabo Verde e da Ucrânia".