PCP defende que a 18 de maio se vai escolher entre retrocesso ou "esperança e progresso"

por Lusa

O secretário-geral do PCP defendeu que hoje que nas legislativas de 18 de maio vai estar em confronto um "projeto de retrocesso e submissão aos grupos monopolistas" ou um "rumo da soberania, esperança e progresso".

Num discurso numa sessão evocativa do centenário do histórico dirigente do PCP Octávio Pato, nascido em 01 de abril de 1925, Paulo Raimundo considerou que, em 18 de maio, "estarão em confronto dois projetos distintos para o país, com diferentes consequências no que realmente importa que é a vida das pessoas".

Vai estar em confronto "o projeto do retrocesso e submissão ao serviço dos grupos monopolistas e das multinacionais, com as forças políticas que o apoiam, e, por outro lado, o rumo da soberania, da esperança e do progresso", afirmou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP defendeu que o povo português "não tem de se sujeitar à exploração, ao empobrecimento, às injustiças e desigualdades" nem "pode sujeitar-se ao caminho da guerra".

"Está nas mãos do nosso povo uma política alternativa, que incorpore os valores de Abril, de progresso, desenvolvimento, soberania e paz", afirmou, acrescentando que para garantir que se concretiza "o caminho que responde à vida das pessoas, a opção certa está na coragem e na clareza do PCP, está no voto da CDU".

Deixando críticas à direita e ao PS, Paulo Raimundo sustentou que essa alternativa é agora "tão mais necessária" quando se assiste ao "prosseguimento da política de direita, que agrava problemas, adia soluções e hipoteca o futuro a que os trabalhadores e o povo têm direito".

É "um caminho alternativo tão mais necessário quanto hoje se promovem agendas e conceções reacionárias e antidemocráticas que procuram intensificar uma política de direita que tem como fator estruturante para a sua concretização a ação do Governo PSD/CDS, com a qual alinham e convergem o Chega e a IL (...) e da qual o PS não se distancia", criticou.

Perante vários familiares de Octávio Pato, Paulo Raimundo destacou a importância de recordar nos tempos que se vivem o percurso do histórico dirigente comunista, que aderiu ao PCP em 1941, passou à clandestinidade em 1945 e, em 1961, foi preso pela PIDE, "tendo sido um dos [presos políticos] que foi mais brutalmente torturado", e só tendo saído do cárcere em 1970.

"Numa altura em que não falta quem nos queira subjugados a interesses reacionários, e resignados perante a injustiça e a desigualdade, aqui estamos com a coragem de sempre a afirmar exemplos como o de Octávio Pato e de outros, que, nas mais difíceis e exigentes circunstâncias, não deixaram nunca de confiar no povo, nos trabalhadores e na sua força", disse.

Após o 25 de Abril de 1974, Octávio Pato foi o porta-voz do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia Constituinte e candidato presidencial nas eleições de 1976, as primeiras que se disputaram em democracia. Foi também deputado à Assembleia da República entre 1976 e 1991.

Pedindo aos militantes que o ouviam para que se projete o exemplo de Octávio Pato para o futuro, Paulo Raimundo qualificou-o como "um dos mais destacados dirigentes comunistas, construtor do partido, lutador pela liberdade, a democracia e o socialismo".

"O legado de Octávio Pato, que deve ser conhecido por todos, constitui no tempo em que vivemos um exemplo e um apelo à resistência, à intervenção confiante, um estímulo aos que lutam pela liberdade e democracia, por uma sociedade sem exploradores nem explorados, pelo socialismo e comunismo", disse.

Tópicos
PUB