A lista de Paulo Colaço foi a mais votada para o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), que irá presidir a este órgão, derrotando a lista da direção, encabeçada pelo ex-líder parlamentar do PSD Fernando Negrão.
A lista de Ricardo Sousa não elegeu qualquer membro para a Jurisdição.
Nesta eleição votaram 867 delegados, tendo-se registado 22 brancos e cinco nulos.
A lista A, encabeçada por Negrão, obteve 264 votos, a de Paulo Colaço 393 votos, a de José Miguel Bettencourt 124 e a de Ricardo Sousa 55 votos.
Paulo Colaço, que se demitiu no último mandato do CJN em divergências com o dirigente Paulo Mota Pinto, anunciou a sua candidatura novembro.
Hoje, quando foi chamado o seu nome para tomar posse, Colaço recebeu dos mais fortes aplausos da sala, a par do eurodeputado Paulo Rangel para o Conselho Nacional,
Paulo Colaço anunciou em janeiro do ano passado a sua renúncia ao cargo de membro da Jurisdição e uma ação disciplinar a pedir a destituição de Paulo Mota Pinto de presidente da Mesa do Conselho Nacional e do Congresso.
A decisão aconteceu três dias depois de um Conselho Nacional extraordinário do PSD - suscitado pelo pedido de diretas antecipadas por Luís Montenegro - durante o qual todos os membros presentes deste órgão jurisdicional abandonaram a sala da reunião, depois de Paulo Mota Pinto ter recusado seguir um parecer seu, que considerava que os estatutos forçavam uma votação secreta da moção de confiança à direção de Rui Rio.
Nessa reunião, Paulo Mota Pinto decidiu levar o requerimento à votação do Conselho Nacional e os conselheiros acabaram por aprovar, de braço ar e por mais de 70% dos votantes, que a moção de confiança à direção de Rui Rio seria decidida por voto secreto, sendo aprovada com quase 60% de votos favoráveis do Conselho Nacional.
Lista de Rio ao Conselho Nacional elege 21 membros
A lista da direção de Rui Rio ao Conselho Nacional elegeu 21 dos 70 membros deste órgão, enquanto a lista de Paulo Cunha, apoiada por Luís Montenegro, conseguiu 16.
De acordo com informações avançadas à Lusa, a lista mais votada foi a de Rio, que tem como número um o eurodeputado Paulo Rangel, tendo obtido 249 votos do total de 867 votantes (28,7% dos votos expressos)
Seguiu-se a lista M, encabeçada pelo presidente da Câmara de Famalicão Paulo Cunha, com 191 votos (22%). Comissão Política de Rio eleita com resultado mais baixo desde 2007
A lista de Rui Rio foi eleita com 541 votos favoráveis, 227 brancos e 99 nulos. Registaram-se 867 votantes.
Há dois anos, a direção de Rio foi eleita com 64,7% dos votos, naquela que foi então a votação mais baixa desde 2007, quando Luís Filipe Menezes obteve 61,8%.
O PSD mudou os estatutos e adotou as eleições diretas em 2006, deixando de escolher o líder em congresso. Na reunião magna continuam a ser eleitos os órgãos nacionais como a Comissão Política Nacional.
A nova direção tem dois novos vice-presidentes, o deputado André Coelho Lima, que já era vogal da Comissão Política, e a deputada e ex-autarca de Rio Maior Isaura Morais.
Deixam o cargo de vice-presidentes Elina Fraga e o presidente da Comissão Política Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.
Mantêm-se como vice-presidentes David Justino, Isabel Meireles, Nuno Morais Sarmento e Salvador Malheiro e José Silvano continua como secretário-geral.
Em lista única, a Mesa do Congresso, que volta a ser presidida por Paulo Mota Pinto, foi eleita com 62,4% dos votos, já que recolheu 539 votos favoráveis, 229 brancos e 98 nulos.
A Comissão Nacional de Auditoria Financeira, liderada por Fernando Sebastião (que foi mandatário distrital de Rio nas últimas diretas em Viseu) conseguiu 66,1%, com 573 votos favoráveis, 209 brancos e 85 nulos.
No 38.º Congresso do PSD, que hoje termina em Viana do Castelo, estavam inscritos 948 delegados.
PSD sem dúvidas sobre apoio a uma recandidatura de Marcelo
Dirigentes da equipa liderada por Rui Rio afirmam não ter dúvidas de que o PSD apoiará uma recandidatura do Presidente da República, mas salientam que é preciso respeitar o "recato" pedido por Marcelo Rebelo de Sousa.
Estas posições foram transmitidas à agência Lusa e Rádio Renascença pelo secretário-geral do PSD, José Silvano, pelo vice-presidente do partido Salvador Malheiro e pelo ex-líder parlamentar social-democrata e candidato de Rui Rio à presidência do Conselho de Jurisdição Nacional, Fernando Negrão.
No sábado, o antigo secretário de Estado Pedro Duarte, que foi diretor de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa nas últimas eleições presidenciais, defendeu que o PSD deverá dar já neste Congresso Nacional de Viana do Castelo um sinal claro de apoio a uma recandidatura do atual chefe de Estado nas eleições presidenciais de 2021.
O secretário-geral do PSD, porém, entende que "só se poderá dar uma opinião favorável a uma candidatura quando ela existir - e o próprio professor Marcelo Rebelo de Sousa já disse que ainda não decidiu e que este nem é o tempo para decidir".
"Por isso, antes de Marcelo Rebelo de Sousa tomar uma decisão, não tem qualquer sentido o PSD estar a antecipar-se. Quando essa recandidatura for formalizada, quando for anunciada, o PSD nessa altura tomará a decisão de apoio ao atual Presidente da República", justificou.
José Silvano considerou depois que a questão das presidenciais "não está ainda em cima da mesa" e defendeu que a estratégia para dois anos do presidente do PSD, Rui Rio, "abrange as eleições presidenciais e as autárquicas - mas estas últimas são a prioridade, porque são da responsabilidade do partido".
"As eleições presidenciais ainda não estão em cima da mesa, mas vamos tomar uma posição clara sobre essa matéria. Em termos individuais, não tenho qualquer dúvida de que me revejo no mandato exercido pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa", frisou José Silvano.
Já o vice-presidente do PSD Salvador Malheiro referiu que o líder do partido, Rui Rio, "já falou sobre isso, dizendo que apoiaria o atual Presidente da República caso ele apresente a sua candidatura".
"O professor Marcelo Rebelo de Sousa é um grande social-democrata e tem uma história na social-democracia portuguesa. Com naturalidade, o PSD estará genericamente e de forma muito maioritária com o Presidente das República, mas é um assunto que não se coloca agora", ressalvou o presidente da Câmara de Ovar.
Já o deputado social-democrata Fernando Negrão rejeitou a tese de que exista alguma ambiguidade do seu partido em relação às eleições presidenciais, sobretudo numa altura em que o líder do Chega, André Ventura, anunciou a sua entrada na corrida a Belém.
"Tenho a certeza de que o doutor Rui Rio toma a sua posição por respeito ao professor Marcelo Rebelo de Sousa. O professor Marcelo Rebelo de Sousa disse que anunciaria a sua candidatura em novembro e vai refletir. Como tal, o presidente do partido não quer tomar uma posição neste momento sobre isso, precisamente por respeito a essa posição de recato manifestada pelo Presidente da República", sustentou Fernando Negrão.
C/Lusa