À chegada ao Campus de Justiça, em Lisboa, para ser ouvido esta terça-feira como testemunha no julgamento do processo da EDP, Pedro Passos Coelho começou por procurar demarcar-se do contexto de pré-campanha para as eleições legislativas antecipadas. Mas acabou por manifestar o desejo de que "o país saiba identificar no atual Governo que está a cessar funções responsabilidades graves na situação a que o país chegou".
"O que eu posso formular é um desejo muito sincero de que o PSD possa estar preparado para os tempos que aí vêm, porque o país vai precisar, seguramente, de um governo que tenha não apenas um rumo bem definido, mas possa inspirar confiança às pessoas para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas", acentuou. Adiante, o antigo governante social-democrata consideraria que a demissão de António Costa, na sequência do processo Operação Influencer, ficou a dever-se a "indecente e má figura".
"Espero que o país saiba identificar no atual Governo que está a cessar funções responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o primeiro-ministro tenha sido o único que eu tenho memória que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura", vincou.
Passos, que chefiou o governo de coligação entre PSD e CDS-PP de 2011 a 2015, nos anos da austeridade orçamental implementada ao abrigo da intervenção da troika, quis mostrar-se convicto numa vitória laranja a 10 de março.
"Espero evidentemente que o PSD possa ser o partido liderante nessa fase nova que se vai abrir, não porque é o meu partido - acho que todos compreenderiam que eu desejasse que o meu partido pudesse ganhar as eleições - e confio que sim, que isso acontecerá".
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