Pedro Passos Coelho, líder do PSD, diz que está preparado para governar com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à "Revista Única", do Jornal Expresso, o líder dos sociais-democratas diz que acredita que Portugal não vai precisar da intervenção do FMI, mas adianta que, se isso vier a acontecer, está pronto para trabalhar com o referido fundo.
“Trabalharei com o FMI se for essa a forma de ajudar o país”, começou por referir Passos Coelho que deixou claro estar certo que caso a organização entre em Portugal será por um prazo que “vai prolongar-se por quatro a seis anos, nunca menos”.
Mas Passos Coelho também fala na entrevista ao Jornal Expresso na sua crença de que o FMI não terá necessidade de vir para Portugal já que considera ter o nosso país condições para resistir.
Para o líder dos sociais-democratas as condições de execução orçamental aprovadas este mês “podem dar alguma confiança aos mercados” tendo ainda em consideração que os bancos portugueses se mantém com uma vida “saudável”.
Perante este panorama em que Passos Coelho acredita, o presidente do PSD acrescenta que espera “vir a ser primeiro-ministro fora de um quadro desse tipo”.
Importante é que em termos de futuro, Passos Coelho garante estar “realista e preparado para tudo” já que “o país precisa de mudar a orientação do Governo” e o PSD “pode polarizar essa mudança”.
Pedro Passos Coelho deixa ainda o aviso de que “do mesmo modo que não chegámos até aqui de um dia para o outro – foram precisos quase 15 anos de despreocupação absoluta -, vai-nos demorar cinco ou seis a tirar o corpo da pancada”.
Na mesma entrevista o líder do PSD deixa também o aviso de que ninguém o vai ouvir dizer “que vamos ter o paraíso na terra nos próximos anos” e que o país não tem dinheiro para pagar o sistema actual.
"O Serviço de Saúde, a Educação, o Seguro Social e os salários da Administração, isto junto consome já a totalidade dos nossos impostos e contribuições sociais", refere Passos Coelho.
Perante este cenário "ou cortamos cegamente empurrados pela extrema necessidade ou cortamos com lógica de modo a defender os que têm menos recursos e a integridade e qualidade do serviço prestado", acrescenta o líder do PSD.
