O primeiro-ministro considerou esta manhã no Parlamento que 2012 foi o ano mais difícil de que tem memória desde 1974. No entanto, Pedro Passos Coelho alimentou também a ideia de que o ano que está prestes a terminar foi o ano em que mais se semeou para o futuro no sentido de evitar uma nova crise.
No discurso de abertura do último debate quinzenal na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho confirmou o mau ano de 2012 para Portugal, mas deixou claro que o trabalho do Governo foi feito no sentido de semear obra para o futuro no sentido do país não voltar a ter outro ano igual.
"O ano que agora está a terminar foi talvez o ano mais difícil de que tenho memória desde 1974, mas foi também o ano em que mais semeámos para futuro para que uma crise como aquela que estamos a viver não volte a ocorrer", afirmou o primeiro-ministro.
Tendo como tema para o debate as políticas económicas e sociais, o primeiro-ministro apresentou uma "visão retrospetiva" do ano, responsabilizando os anteriores executivos pelos sacrifícios impostos aos portugueses e reclamando que o seu executivo realizou reformas de uma forma inédita para que esses sacrifícios não se repitam.
"Este foi o ano das maiores dificuldades e também de muito sofrimento para muitos portugueses que sentiram na sua própria pele, na sua própria vida, não apenas a promessa de que tínhamos de pagar muitos desvarios de política económica, mas que tinha chegado a hora mesmo de os pagar e que, portanto, que a vida se tornou muito difícil para a generalidade dos portugueses", disse.
Passos Coelho defendeu que "é justo dizer que esses sacrifícios têm sido acompanhados das reformas necessárias para que eles não tenham de voltar a ser pedidos aos portugueses nos anos mais próximos".
Segundo o primeiro-ministro, 2012 foi "um ano de reformas como o país nunca tinha assistido" - "área por área, setor por setor, reformas que estavam há muitos anos previstas que nunca tinham saído da gaveta conseguiram concretizar-se durante este ano" - e o nível de execução das medidas previstas no Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal foi "superior a 80 por cento".