PS, PSD, IL e PAN elogiaram hoje o discurso do Papa Francisco, destacando a sua mensagem relativa a questões mundiais, como as alterações climáticas e os jovens, e pedindo que se faça uma reflexão sobre o futuro.
Em declarações aos jornalistas à saída do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, considerou que o discurso do líder da Igreja Católica foi "de grande humanidade e universalismo", salientando que destacou Lisboa como uma "cidade cosmopolita, aberta, universal".
"Mas a sua santidade não deixou de passar pelos principais problemas do mundo, e em particular dos jovens, e desta possibilidade de construirmos em conjunto, agora na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um futuro melhor que nos afaste também dos populismos", afirmou.
Brilhante Dias referiu que o discurso do Papa foi "particularmente tocante para quem está na vida política" e tem a responsabilidade "de olhar para o futuro", considerando que as palavras do líder dos católicos estão "muito alinhadas" com as preocupações do PS.
Questionado sobre as polémicas em torno da JMJ, Brilhante Dias respondeu que "é perfeitamente normal", em eventos de grande dimensão, que se viva "com alguma ansiedade o momento de início", mas disse que a jornada é um momento que se deve "aproveitar ao máximo".
Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, classificou o discurso do Papa Francisco como "uma excelente reflexão" e admitiu que "foi até muito mais político" do que esperava.
"Tocou em vários pontos que são hoje cruciais da agenda política, da agenda europeia, da agenda global mas muito centrado, com um pragmatismo de quem olha para esses problemas e incita o poder político a encontrar soluções", considerou.
Sobre as polémicas, Montenegro afirmou que "evidentemente que numa organização de um grande evento há sempre uma ou outra coisa que corre menos bem, mas o fundamental é aquilo que corre bem", preferindo destacar "a alegria, o encontro de culturas, de povos, numa faixa etária que é aquela que, como o Papa também referiu, abre a esperança para o futuro".
Por seu turno, o presidente da Iniciativa Liberal afirmou que a "mensagem essencial" do discurso do Papa foi "muito ligada também à situação que se vive em Portugal" e a "necessidade de dar condições à juventude para ter um futuro diferente" e "sucesso em Portugal e na Europa".
Rui Rocha defendeu que se deve "investir muito mais" nos "caminhos do futuro do que propriamente na guerra, na miséria, na tragédia".
"E acho que em Portugal precisamos também muito dessa mensagem, de uma mensagem de esperança. Passamos os dias muitas vezes perdidos em tricas, em questões menores, e é muito importante devolver a esperança e a confiança aos portugueses", salientou.
A deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, disse que o discurso do Papa Francisco "convocou para o combate às alterações climáticas e a um pacto intergeracional", salientando que deixou "uma mensagem de esperança", muito "virada para o oceano" e para a partilha dos "recursos naturais de forma responsáveis e sustentável".
"Foi com muito agrado que o PAN ouviu estas palavras diretamente de sua santidade o Papa Francisco, a reclamar e a reivindicar mais proteção dos ambientes, seja para nós, seja para as gerações futuras (...) e para os nossos companheiros de jornada, os animais", disse.