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"Para dançar o tango são precisos dois"

por RTP

A Oposição “tem agora um líder que olha para a situação com responsabilidade e patriotismo”, afirmou, em Madrid, José Sócrates, num almoço debate organizado pelo jornal ABC. Perante empresários espanhóis, o primeiro-ministro afirmou que a decisão de acordo com o PSD foi tomada “a bem do país”. Adoptando um discurso de confiança, Sócrates elogiou as alterações estruturais na administração pública e na Segurança Social.

"Como se diz em espanhol, para dançar o tango são precisos dois. Durante muitos meses não tinha parceiro para dançar", disse o primeiro-ministro sobre o acordo com o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.

No contacto organizado pelo jornal ABC, José Sócrates aproveitou para salientar a actuação do Executivo português no corrente contexto económico de crise. "O nosso plano anterior não previa o aumento de impostos (...) Infelizmente no último mês o mundo mudou, a Europa mudou e mudou todo o ambiente. Por isso, a Europa teve necessidade de avançar com o fundo de estabilização, com a acção do Banco Central e também com um novo esforço dos Estados", afirmou o governante.

Ainda na sua perspectiva, os Estados devem assumir "a responsabilidade" de garantir a redução do défice e o estímulo económico. "Não seria bom para Portugal que ficasse sem fazer nada", rematou.

Sócrates elogia reformas na administração pública e Segurança Social

O primeiro-ministro acrescenta que este é "um período muito difícil de governação" para todos os governos, exigindo "coragem e determinação" e quis passar uma mensagem de confiança.

"O discurso de confiança é o mais importante neste momento. O pior para os povos, para a Europa, para Portugal e Espanha é governar com medo do futuro", disse José Sócrates em Madrid, onde amanhã participa na cimeira da União Europeia e da América Latina e Caribe.

Neste sentido, José Sócrates sublinhou as medidas estruturais adoptadas nos últimos anos em Portugal na Administração Pública, como a redução de 75 mil funcionários públicos entre 2005 e 2009. O governante português também nomeou a reforma da Segurança Social, que passou pelo aumento da idade da reforma e alterações na forma de cálculo das pensões.

A reforma laboral foi também mencionada pelo primeiro-ministro, considerando que colocou Portugal "entre a França e a Alemanha" na listagem da flexibilidade no mercado de trabalho. José Sócrates ainda referiu as mudanças nas regras para atribuição de subsídios, que vão contabilizar "todos os rendimentos" do beneficiário. "A nossa ideia do Estado social é dar apoio do Estado apenas a quem precisa", ressalvou.

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