Órgãos do partido ou do Parlamento? "Não é fácil definir fronteiras", diz Marcelo
O presidente da República considera que há uma reflexão a fazer sobre as relações entre Parlamento e partidos. O presidente da República não quis falar do caso concreto que levou às recentes buscas no PSD, mas reconheceu que "não é fácil definir as fronteiras entre o grupo parlamentar, órgão do partido e o grupo parlamentar, órgão do Parlamento".
No entanto, o presidente assinalou também as mudanças à Lei do Financiamento dos Partidos: "A legislação sobre financiamento dos grupos parlamentares foi mudada em 2010 e desde 2010 que prevê que os deputados recebam uma subvenção para vários fins".
"A cada grupo parlamentar ou deputado é atribuída uma subvenção para encargos de assessoria aos deputados, para a atividade política e partidária e para outras despesas de funcionamento", assinala o presidente da República.
"Penso que esta é uma reflexão que, para o futuro, vale a pena fazer, porque não é muito fácil definir as fronteiras. O próprio Tribunal Constitucional dizia isso. Não é fácil definir as fronteiras entre o grupo parlamentar, órgão do partido e o grupo parlamentar, órgão do Parlamento, mas talvez clarificar, em termos de funcionamento e de financiamento, como é que é o que pode ser e o que não pode ser", argumentou.
"Eu não queria pronunciar me sobre isso, porque isso não é próprio da função do Presidente da República e cabe ao Presidente da República, como árbitro, precisamente estar acima daquilo que, em democracia é natural: haver a liberdade de crítica e de expressão de opinião", vincou.
Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou comentar a atividade do Ministério Público e a forma como decorreram as diligências. "Eu ficaria sempre com um peso na consciência por se poder considerar que eu estava, de alguma maneira, a invadir, a violar, a separação de poderes", afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a aprovação do relatório final sobre a comissão de inquérito à TAP, Marcelo Rebelo de Sousa vincou que ainda não conhece "o texto definitivo", mas admite pronunciar-se sobre o mesmo publicamente.