Orçamento. PS admite avançar com propostas sobre INEM na especialidade
O Partido Socialista insiste nas críticas ao Governo sobre a forma como reagiu à crise motivada pela greve no INEM e admite apresentar propostas de alteração ao Orçamento do Estado que permitam melhorar a situação do instituto que coordena a emergência médica nacional, nomeadamente nas questões relacionadas com o financiamento.
João Paulo Correia acusa ainda o Governo e o Ministério da Saúde de não considerarem a situação do INEM uma prioridade na proposta orçamental: "O Orçamento de Estado para 2025 tem zero para o INEM, o que significa que na cabeça da senhora ministra e do primeiro-ministro não estava nada previsto em termos de reforço. Tal como também o Plano de Emergência tem zero medidas para o INEM, zero", insistiu.
PSD defende que Governo está a "dar passos" para resolver os problemas no INEM
O PSD recusa as críticas do PS à forma como o Governo tem lidado com a crise no INEM e aponta o dedo à governação socialista. "Nós temos de perceber - e o PS aí também não fez nada - como é que é feito o financiamento do INEM, que também está muito assente na questão dos seguros. Agora, depois de [os socialistas] terem estado mais de três mil dias a governar e de não terem feito nada perante um cenário, que é de desvalorização INEM, estão a ser dados passos para se resolver a debilidade estrutural dos serviços de socorro no nosso país", sublinha Alexandre Poço.
O deputado e vice-presidente do PSD afirma ainda que, desde que tomou posse, o Executivo da AD já apresentou várias medidas: "Contratando mais pessoas, tendo mais viaturas, mais helicópteros, dando mais condições salariais a pessoas que ganham 920 euros e, por isso, é que nós vamos também rever a grelha salarial". Nesse sentido, Alexandre Poço considera que "não é sério" afirmar que "não se está a fazer nada" no INEM e na valorização das carreiras na área da saúde. E acrescenta: "Eu estou muito convicto de que vai ser possível melhorar a situação e rever a carreira destes técnicos do INEM e que vai continuar-se a procurar chegar a um acordo relativamente à situação dos médicos e dos farmacêuticos".
BE lembra propostas rejeitadas pelo PS para reforço do INEM
Joana Mortágua, deputada e dirigente do BE, lamenta que PS e PSD não tenham acompanhados as propostas dos bloquistas sobre o Instituto Nacional de Emergência Médica e acusa o Governo de "correr atrás do prejuízo". "O BE tinha colocado uma proposta no Orçamento de Estado para 2024 que previa a contratação de 500 técnicos para o INEM. Em 2023 fizemos uma proposta parecida e, em 2022, também fizemos uma proposta parecida. Das três vezes, estas propostas chumbaram com votos contra do PS e abstenções do PSD", sublinha, em declarações à Antena 1.
A deputada do Bloco de Esquerda aponta ainda o dedo a Luís Montenegro pela forma como o Governo reagiu à situação no INEM: "O primeiro-ministro disse que não andava a correr atrás de pré-avisos de greve, mas foi a correr atrás das consequências do pré-aviso de greve, porque veio a correr atrás das tragédias que aconteceram para fazer acordos com os trabalhadores e para fazer investimentos no INEM que não estavam previstos".
Joana Mortágua não deixa, no entanto, de afirmar que também por parte do PS há culpas pela crise na emergência médica e que houve avisos feitos ao Executivo liderado por António Costa: "Felizmente, ou infelizmente, tivemos que chegar a este ponto para perceber que as propostas do BE - e o conflito que o BE teve com o PS no passado - e a insistência que o BE teve já com este Governo sobre a situação do INEM e a situação estrutural do INEM era mais do que evidente", insiste a deputada que conclui: "O sinais de que chegaríamos a uma situação de ruptura estavam aí para quem os quisesse ler".