A versão final global do Orçamento do Estado para 2020 deverá ser aprovada esta quinta-feira no Parlamento. No entanto, a questão do IVA na eletricidade continua a ensombrar a votação.
O OE2020 foi aprovado na generalidade no dia 10 de janeiro com os votos a favor do PS. As abstenções do Bloco de Esquerda, PCP, PAN, Verdes, Livre e três deputados social-democratas eleitos pela Madeira. Votaram contra PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal.
Hoje o sentido de voto deverá ser o mesmo. E assim a versão final do Orçamento do Estado será aprovada.
PSD retira proposta de redução do IVA na energia
A descida do IVA da eletricidade dominou o terceiro dia da discussão orçamental quando o PSD, pela voz do presidente Rui Rio, anunciou a substituição das contrapartidas, o BE mostrou abertura para as acompanhar, o que levou o PS e o Governo a dramatizar sobre o facto de poder estar em causa a aprovação do orçamento. Depois do anúncio do PCP de que, em relação à proposta do PSD, votaria a favor apenas a descida do IVA para seis por cento e recusava qualquer condicionalismo, as contas para a aprovação desta medida determinaram que esta dificilmente passaria. Feita a votação, já depois das 0h00, comprovou-se o chumbo das propostas para reduzir o IVA da eletricidade quer para taxa intermédia quer para a mínima, tendo inclusivamente o PSD acabado por retirar a sua depois do chumbo das contrapartidas e da data da entrada em vigor.
Entretanto, PSD, BE e PCP já anunciaram que vão avocar as suas propostas relativas ao IVA da eletricidade para o debate em plenário hoje de manhã, sendo assim repetidas as votações das propostas em causa.
Linha circular do Metro de Lisboa suspensa
Outra das medidas que levou o PS acusar o PSD de irresponsabilidade foi a suspensão do projeto de construção da linha circular do Metro de Lisboa, tendo os socialistas anunciado que iriam pedir junto do Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva se as propostas fossem aprovadas.
Ao longo das votações, PCP e BE viram "luz verde" a algumas das medidas que tinham negociado com o PS para garantir a viabilização do orçamento.
Acordo à esquerda para aumento extraordinário das pensões
Já no caso do PCP, destaque para a distribuição gratuita de manuais escolares novos no 1.º ciclo nas escolas públicas, pondo fim à obrigatoriedade da sua reutilização, a garantia de creches gratuitas para crianças cujo agregado familiar pertença ao primeiro e segundo escalões de rendimentos (este último a partir do segundo filho) até à entrada no pré-escolar ou a admissão em 2020 de 2.500 novos elementos na PSP e na GNR, de acordo com uma faseamento a propor pelo Governo.