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OE. PR pressiona "todos, todos, todos", diz PSD

por Natália Carvalho

Na véspera do primeiro encontro oficial entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, para discutirem o Orçamento do Estado (OE) para 2025, PSD e PS preferem não fazer leituras das palavras do Presidente da República, mas admitem que podem ser vistas como uma forma de "pressão" para os partidos chegarem a um entendimento.

“Se quisermos é pressão para todos nos entendermos”, sublinha a líder parlamentar do PS no programa Entre Políticos da Antena 1. “O Presidente da República não falou em dissolução e relembro que em 2021 falou. 

Crise política é de La Palice”, acrescenta ainda assim Alexandra Leitão, questionada sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa – que, aos jornalistas, disse que se não houver OE abre-se uma crise política. A líder da bancada socialista admite que a marcação de dois Conselhos de Estado com tanta proximidade à apresentação do Orçamento “não é costume”, mas afasta que, por essa razão, as negociações tenham desfechos diferentes.
Já pelo PSD, Hugo Soares defende que as palavras do Presidente da República são “uma forma de pressão e de chamar à responsabilidade todos os intervenientes políticos”. O líder da bancada social-democrata recusa “extrapolar” e diz querer “evitar ruído” – e por isso pediu aos deputados do PSD para que, até sexta-feira, não participem em debates na rádio ou televisão. Ainda assim, no último frente a frente em que participa antes do encontro entre Governo e PS, refere que o Chefe de Estado “foi claro ao dizer que não havendo Orçamento há uma crise económica e uma crise política”.
PS diz que “bola está do lado do Governo”, reforça que IRS Jovem e IRC são “inaceitáveis”
Alexandra Leitão considera que o encontro entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS é “importante”, mas rejeita antecipar se será decisivo para chegar a acordo. No programa Entre Políticos, a socialista recusa sentir pressão dos antigos parceiros de geringonça para chumbar o OE e volta a traçar como linhas vermelhas o IRS Jovem e o IRC apresentados pelo executivo. “Não há maior resistência, nem menor abertura. Há dois aspetos que são gravosos e com os quais não concordamos. São linhas vermelhas tal como estão”, afirma a líder parlamentar do PS, que repete que “a bola está do lado do Governo”.

Já Hugo Soares acredita que há espaço para chegar a um consenso e volta a abrir a porta ao diálogo com os socialistas. “O Governo está disponível para modelar, mitigar e conversar com o PS nestas duas medidas que consideram linhas vermelhas. Mas o Governo não está disponível a abdicar de questões que são princípios”, resume o líder parlamentar do PSD, que conclui “Há meio caminho para fazer. Encontraremos soluções em conjunto, é o que eu espero”.
Alexandra Leitão e Hugo Soares no Entre Políticos da Antena 1, no último frente a frente antes do encontro entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Um programa com condução da editora de política da Antena 1 Natália Carvalho, que pode ouvir em podcast aqui.
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