A reunião magna do PS terminou este domingo com o discurso do novo secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos. Siga aqui todos os acontecimentos da reta final do congresso.
A reunião magna do PS terminou este domingo com o discurso do novo secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos. Siga aqui todos os acontecimentos da reta final do congresso.
Miguel A. Lopes - Lusa
Na reação ao discurso de Pedro Nuno Santos, Pedro Fidalgo, do PAN, salientou a importância do partido na defesa das suas causas, salientando que vários temas "ficaram esquecidos".
Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, considera que a nova liderança do PS traz apenas uma continuidade em relação aos "fracassos" dos últimos anos, sobretudo na saúde, educação e habitação.
Ricardo Costa, do PCP, reagiu ao discurso de Pedro Nuno Santos, considerando que o novo secretário-geral do PS traz uma continuação de políticas que não resolve os problemas dos portugueses.
Na análise ao discurso de encerramento do congresso do PS, Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal, criticou Pedro Nuno Santos por procurar desresponsabilizar o partido dos últimos oito anos de governo.
Na reação ao discurso de Pedro Nuno Santos, Miguel Pinto Luz, do PSD, acusa o secretário-geral do PS de traçar o retrato de um país "irrealista", com o culminar de oito anos de governação que "falharam".
O secretário-geral do PS afirmou hoje que tenciona apresentar cumprimentos ao Presidente da República na próxima semana e considerou que as críticas de socialistas a Marcelo Rebelo de Sousa fazem parte da liberdade de opinião no partido.
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas à entrada para o último dia do 24ª Congresso Nacional do PS, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), ressalvando que, pela sua parte, tenciona ter boas relações com o chefe de Estado.
Se a agenda do Presidente da República o permitir, Pedro Nuno Santos adiantou que tenciona apresentar cumprimentos ao chefe de Estado já na próxima semana, no Palácio de Belém.
Interrogado sobre as críticas feitas ao longo do congresso por dirigentes socialistas à decisão do Presidente da República de dissolver o parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de março, argumentou: "O PS é um partido de homens e mulheres livres, dizem aquilo que pensam e temos de respeitar".
"Pela minha parte, quero ter boas relações com o senhor Presidente da República. Sempre tive e isso é muito importante para o país", salientou.
Antes de se deslocar à estátua de Mário Soares, da autoria de Leonel Moura, que está colocada na entrada do pavilhão onde decorre o congresso -- e na companhia da filha do antigo Presidente da República, Isabel Soares -, o novo líder dos socialistas também falou sobre a presença do António Costa, hoje, na sessão de encerramento.
"Temos um grande apreço e reconhecimento por António Costa. Se não estivesse presente seria uma falha grande", declarou, antes de ser questionado se o ainda primeiro-ministro pode vir a assumir as funções de presidente do Conselho Europeu.
"Tem o futuro em aberto. Pode ser aquilo que quiser por tudo aquilo que deu a Portugal e à Europa", respondeu.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS reafirmou a sua oposição a um açodo de Governo com o PSD, alegando que "seria profundamente negativo para a sdemocracia".
O dirigente do PS Pedro Delgado Alves afirmou hoje que o partido está preocupado com o crescimento da extrema-direita não "por taticismo", mas porque é a sua "marca identitária".
Num discurso no terceiro e último dia do 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa, Pedro Delgado Alves defendeu que é importante que os socialistas não esqueçam "a dificuldade do momento" atual, "sem alarmismo, sem tremendismo, mas com realismo".
O dirigente do PS, que apoiou Pedro Nuno Santos na última disputa pela liderança do PS, defendeu que o partido tem de ser capaz de "reconhecer que os desafios que hoje a democracia e o Estado social enfrentam são desafios que ao longo dos últimos 50 anos nunca enfrentaram".
"E quando o dizemos, e nos criticam por estarmos preocupados com o crescimento da extrema-direita, nós não estamos preocupados por interesse próprio, por estratégia ou taticismo, mas porque é a nossa marca identitária, foi aí que nascemos", disse.
Neste discurso, Pedro Delgado Alves destacou que, para o PS, "os problemas outros não são indiferentes", em particular "quando há quem entenda que o Estado deve deixar os outros para trás, que cada um se deve preocupar consigo, consigo apenas e deixar os outros fora das suas preocupações".
"Os problemas dos outros não nos são indiferentes, os problemas dos outros são os nossos problemas", disse, enumerando os casos dos "pescadores da Ericeira, dos portugueses do Luxemburgo", "dos trabalhadores da indústria da Marinha Grande ou do Vale do Ave" ou "das mulheres migrantes de Cabo Verde e da Ucrânia".
O secretário-geral dos socialistas, Pedro Nuno Santos, vai discursar hoje no encerramento do 24.º Congresso do PS, após a eleição dos novos órgãos nacionais do partido, apresentando algumas medidas que sinalizam prioridades do seu programa.
Hoje de manhã irão também a votos, em alternativa, as moções políticas de orientação nacional de Pedro Nuno Santos e dos seus dois ex-adversários internos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.
O 24.º Congresso Nacional do PS, que começou na sexta-feira, decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL). O discurso de encerramento está previsto para as 12:00 e contará com a presença do primeiro-ministro e ex-secretário-geral do PS, António Costa, a convite de Pedro Nuno Santos.
No sábado, o secretário-geral do PS antecipou que hoje irá apresentar medidas de "transformação económica e defesa do Estado social" que sinalizam prioridades do futuro programa eleitoral com que se apresentará às legislativas antecipadas de 10 de março.
"Um Estado social que ainda tem problemas que precisam de resposta, como na área da saúde, mas que queremos que seja robusto", declarou Pedro Nuno Santos em entrevista à TVI.
Os delegados vão eleger a Comissão Nacional, órgão máximo entre congressos, a Comissão Nacional de Jurisdição e a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira, com mandatos de dois anos.
O secretário-geral do PS e os outros dois candidatos às diretas de 15 e 16 de dezembro acordaram uma única lista para a Comissão Nacional, encabeçada por Francisco Assis, que tem Alexandra Leitão em segundo lugar e José Luís Carneiro em terceiro.
Na próxima semana, a nova Comissão Nacional irá eleger a Comissão Política Nacional -- onde já se sabe que irão entrar, entre outros, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, as atuais ministras como Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes, o secretário de Estado António Mendonça Mendes e o eurodeputado Pedro Silva Pereira -- e o Secretariado Nacional, órgão de direção executiva, equipa que será proposta pelo secretário-geral.
No seu primeiro discurso no Congresso do PS, no sábado à hora de almoço, Pedro Nuno Santos considerou que amadureceu nos governos de António Costa, que fez obra e que só erra quem faz, acusando, em contraponto, o presidente do PSD, Luís Montenegro, de representar um vazio de projeto e de experiência.
Embora manifestando orgulho nos últimos oito anos de governação do PS, reconheceu que "nem tudo foi bem feito" e "há problemas por resolver", mas defendeu que são os socialistas que estão em "melhores condições" de o fazer.
O 24.º Congresso do PS marca a transição de liderança de António Costa para Pedro Nuno Santos, que venceu com 61% dos votos as eleições diretas internas de 15 e 16 de dezembro, enquanto José Luís Carneiro teve 37% e Daniel Adrião 1% dos votos.
A candidatura do novo secretário-geral elegeu quase 70% dos cerca de 1.400 delegados ao Congresso.
Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa do cargo primeiro-ministro, há exatos dois meses, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, discursou na abertura do Congresso, já como ex-secretário-geral do PS, função que exerceu durante nove anos, desde 22 de novembro de 2014.
Na parte final da sua intervenção, recebeu um aplauso prolongado dos congressistas ao declarar: "Podem ter derrubado o nosso Governo, mas não derrubaram o PS. O PS está aqui forte, vivo. O PS está aqui rejuvenescido com uma nova energia, com uma nova liderança. E com o Pedro Nuno Santos estamos prontos para a luta".
Luís Montenegro diz que António Costa e Pedro Nuno Santos são os maiores caçadores de gambozinos da política portuguesa por estarem constantemente a falar do diabo.
A ideia de uma nova geringonça não desagrada aos militantes socialistas. Dizem que um acordo de esquerda é uma boa solução para o país. Ainda assim, entre os congressistas há quem defenda uma aproximação ao PSD.
O Congresso do PS teve palavras duras sobre para Marcelo Rebelo de Sousa sobre a dissolução da Assembleia da República. Augusto Santos Silva falou de um caminho interrompido de forma injusta. Carlos César disse que o presidente não fez o que era politicamente devido. Já o histórico Manuel Alegre insistiu que se pode dissolver a AR, mas não o Partido Socialista.
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
Pedro Nuno Santos considera que já não é tempo de discutir quem tem a culpa pela crise política e dissolução da Assembleia da República, admitindo que quer manter "uma boa relação com o presidente da República". Em entrevista à RTP, o secretário-geral do PS diz não se sentir "inibido em falar de Justiça", mas acha que não deve "fazer considerações sobre isso".