"O PS sozinho no Governo é uma desgraça", diz Rui Tavares

por Antena 1

Uma crise política precoce, um PS com pouco tempo na oposição e desgastado de oito anos de governação: tudo junto e Rui Tavares acha muito difícil o Partido Socialista governar sozinho.

Em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura, Rui Tavares reafirma a disponibilidade do partido em fazer acordos com os socialistas para garantir uma governação à esquerda nas próximas eleições de 18 de maio.

E acrescenta: “se me disser: o PS sozinho com Pedro Nuno Santos com uma maioria absoluta sim ou não, eu diria não”. Até porque, acusa, o antigo Governo socialista de António Costa desperdiçou “ainda agora” uma maioria absoluta. Rui Tavares caracteriza o Chega como “um partido de delinquência política”. O deputado diz mesmo que o partido de André Ventura reúne pessoas com “um perfil psicológico (...) que se revêm numa delinquência que já não é uma delinquência política, é uma delinquência pura e simples”. E acusa Ventura de escolher “criminosos pior que corruptos”. Seria gravíssimo”, é desta forma que Rui Tavares fala da possibilidade de Pedro Passos Coelho assumir a liderança de um eventual Governo social-democrata, saído das eleições de 18 de maio.

Questionado sobre uma eventual geringonça à direita, o líder do Livre admite que sim, se envolver PSD, CDS e Iniciativa Liberal, e desde que não inclua o Chega. E avisa que dentro da Aliança Democrática (que envolve PSD, CDS e PPM e sustém o Governo) há já deputados com “um discurso muito próximo do Chega” e “prontos para fazer um acordo com o Chega”. Sobre a atual crise política, Rui Tavares defende que das duas uma: ou Luís Montenegro tinha-se desvinculado da Spinumviva ou tinha apresentado a demissão, à imagem do anterior primeiro-ministro, António Costa. Em vez disso, o líder do Livre diz que Montenegro criou “uma crise de ética”. E questiona se “há aqui qualquer coisa que ele (o primeiro ministro), não queria que se soubesse? Ao podcast “Política com Assinatura” Rui Tavares antevê o que vai estar em causa nas próximas eleições e teme que Luís Montenegro faça de cada eleitor “um procurador ou um juiz que tivesse o poder de o absolver ou não”. O que, para o líder do Livre, “é uma tremenda injustiça”. Entrevista conduzida pela editora de política da Antena 1, Natália Carvalho.
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