"Não fujo a nenhum debate". Montenegro reage às críticas da oposição

por RTP
Foto: Fernando Veludo - Lusa

O primeiro-ministro reagiu esta quarta-feira às críticas de vários partidos da oposição. Em causa está a proposta da Aliança Democrática em substituir o líder do PSD pelo líder do CDS-PP em três dos debates televisivos negociados com as televisões.

Para Luís Montenegro, esta é uma forma de “respeitar” a intervenção por parte de um parceiro de coligação que tem representação parlamentar.

“Não fujo a nenhum debate, mas a democracia deve respeitar que numa coligação possam intervir todos os parceiros com representação parlamentar”
, escreveu numa publicação na rede social X.


Na mesma mensagem, o primeiro-ministro lembra que participou em 18 debates com todos os líderes partidários no último ano. Assinala ainda que “a campanha eleitoral não acabará” sem que se cruze com todos os líderes partidários da oposição.
Na última terça-feira, as três televisões em sinal aberto reuniram-se com os representantes dos partidos e coligações com assento parlamentar. Foi apresentada uma proposta de 28 debates, o mesmo modelo adotado nas eleições legislativas de 2024.

Nessa reunião, a Aliança Democrática sugeriu a substituição de Luís Montenegro (PSD) em três debates - nomeadamente com o Bloco de Esquerda, Livre e PAN - pelo líder do parceiro de coligação, Nuno Melo (CDS-PP).

Em resposta, o líder da oposição, Pedro Nuno Santos, disponibilizou-se esta quarta-feira para todos os debates e deixou críticas a Luís Montenegro por não querer debater com alguns partidos, revelando um "medo" e "padrão preocupante" para um candidato a primeiro-ministro.

Já André Ventura acusou o primeiro-ministro de "cobardia política" e de ter medo de participar nos debates com todos os partidos.

"Eu acho que é lamentável que o primeiro-ministro se recuse a debater com outras forças políticas com representação parlamentar e que claramente esteja a querer fugir aos debates", afirmou o líder do Chega em conferência de imprensa

Por sua vez, o PAN manifestou concordância com a proposta das televisões, "lamentando, mais uma vez, que o líder do PSD e candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro, não coloque todos os partidos com assento parlamentar em pé de igualdade e não esteja disponível para debater com o PAN, Livre e BE".

"Depois de ter arrastado o país para mais uma crise política, porque quis fugir ao escrutínio, Luis Montenegro foge agora ao debate com todos os partidos com assento parlamentar e esconde-se atrás de Nuno Melo, que já agora é Ministro da Defesa nacional e não da Defesa Pessoal!", afirmou Inês Sousa Real numa publicação na rede social X.

O PCP diz que "tem manifestado discordâncias face ao modelo de debates adotado, cujas razões são conhecidas pelas direções de informação das televisões".

"Apesar disso e tal como nas legislativas de 2024, o Secretário-Geral do PCP participará nos debates com a participação dos líderes das forças políticas concorrentes às eleições legislativas de 18 de maio nos termos concretizados em 2024", revela o partido.

Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, disse esta quarta-feira que não aceita que a campanha termine sem debater com o primeiro-ministro, acusando o chefe de Governo de ter medo e de querer escolher os adversários. Garantiu, no entanto, que "não foge" do confronto com o líder do CDS-PP.

Mariana Mortágua considerou que "não há qualquer razão justificada" para que Montenegro aceite apenas debater com os líderes de PS, Chega, Iniciativa Liberal e PCP, indicando o líder do CDS-PP, Nuno Melo, parceiro da coligação Aliança Democrática, para debater com BE, Livre e PAN.
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