Debaixo de críticas de PSD e CDS-PP, que atribuem ao Governo uma política de condicionamento da comunicação sobre o combate aos incêndios, o primeiro-ministro afiançou esta quarta-feira que “não existe nenhuma lei da rolha”. António Costa sustentou, ao mesmo tempo, que “a informação deve ser devidamente organizada”.
Em causa está o novo modelo de comunicação da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que passará, de ora em diante, a fazer dois briefings diários sobre a evolução dos incêndios em território português, de manhã e ao fim do dia, a partir da sede em Carnaxide.
“As pessoas que há muitos anos acompanham os incêndios sabem que há normas que devem ser seguidas quanto à comunicação. Nesta matéria, o que não tem faltado aos portugueses é informação e a acessibilidade da parte dos senhores jornalistas a toda a informação necessária”, acrescentou António Costa.
Na noite de terça-feira, ao intervir num jantar do grupo parlamentar do PSD, Pedro Passos Coelho acusou o Governo de impor a “lei da rolha” aos serviços da Proteção Civil.
“Esse é o tempo que vivemos hoje, o tempo da demagogia política, e é o tempo em que a política primeira, preferida, da maioria e do Governo, é a da comunicação. Não vá a comunicação falhar, tivemos hoje notícia, provavelmente a última, de que a lei da rolha se deverá observar em matéria de serviços de Proteção Civil”, criticou o líder social-democrata.
Esta posição foi secundada pelo deputado do CDS-PP Telmo Correia, que veio esta quarta-feira afirmar que a “lei da rolha agora imposta servirá essencialmente para não permitir que se saibam, não permitir que se conheçam, as falhas que continuam a existir, as falhas de coordenação e de opções, de meios, nos sistemas de apoio e a falha mais grave e mais evidente, a falha de condução e direção política”.
António Costa rejeita as acusações, colocando a tónica na ideia de que “a informação deve ser devidamente organizada”.
“Uma mais-valia para todos”
De acordo com o primeiro-ministro, a reorganização da comunicação da Proteção Civil constitui “uma mais-valia para todos”.
Magda Rocha, Rui César, David Araújo, Virgílio Matos - RTP
Trata-se, na ótica do governante, de regras importantes “para que os comandantes operacionais se concentram no que têm de se concentrar, que é comandar operacionalmente as ações de combate aos incêndios florestais”.
“Há muitos anos que se praticam normas bem pensadas relativamente à organização dos teatros operacionais para que a informação seja aberta e tenha qualidade”, acentuou Costa.
Decorreu esta quarta-feira na Sertã a segunda reunião com os sete municípios abrangidos pelo projeto-piloto de revitalização do interior projetado pelo Governo: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Pampilhosa da Serra, Góis, Penela e Sertã.
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