"Não é tempo de aventuras nem experimentalismos". Marques Mendes apresenta candidatura a Belém
Em Fafe, a sua terra natal, Luís Marques Mendes apresentou oficialmente a sua candidatura à presidência da República. O antigo líder do PSD destacou a sua experiência política e diz conhecer bem "o país, o poder local, o poder central e o cargo de presidente da República". "Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro", sublinha.
"O cargo de presidente da República é um cargo eminentemente político. Assim sendo, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe uma presidência sem política", afirmou.
"O tempo que vivemos nem aceita política sem princípios, nem recomenda política sem experiência. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro", disse Marques Mendes, numa altura em que as todas as sondagens colocam na frente da corrida a Belém o almirante Henrique Gouveia e Melo, antigo chefe de Estado Maior da Armada, que nunca exerceu qualquer cargo político.
“Num momento em que tantas interrogações se colocam sobre a política e tantos em Portugal parecem interessados em esconder que fazem política, sinto que devo reafirmar a minha história política e sinto-me confortado pela forma íntegra como sempre fiz política a favor de Portugal”, disse, acrescentando que “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança, certeza e previsibilidade”.
Luís Marques Mendes apresentou seis compromissos ao país, sendo o primeiro o de "unir Portugal".
"Quero ser presidente de todos os portugueses. Os do interior e do litoral, do Continente, das Regiões Autónomas e da diáspora. Os que votarem em mim ou os que optarem por outras candidaturas. Todos são portugueses, todos me merecem o mesmo respeito e todos devem ser tratados de forma igual”, declarou.
“Por isso também, hoje mesmo, entreguei o meu cartão de militante do PSD", anunciou. O antigo líder social-democrata justificou o gesto "não por renegar origens e convicções". "Isso nunca farei. Mas, para num ato simbólico, reafirmar o meu compromisso com uma magistratura de isenção, independência e imparcialidade", disse.
"Parece um gesto banal, mas a verdade é que ninguém o tinha feito antes e ninguém o fez depois. Hoje, 20 anos volvidos, é preciso ir muito mais longe", defendeu.
Em concreto, o candidato disse ser necessário "reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados", "rever o funcionamento dos partidos, para que criem dentro de si órgãos de natureza ética, à semelhança do que já dispõem nos planos disciplinar e financeiro" e que o parlamento "disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes, chocantes e eticamente censuráveis".
"É preciso mais cuidado, muito mais cuidado e exigência na escolha de titulares de cargos públicos, sejam diretores executivos, gestores ou responsáveis políticos. A degradação política e falta de decência que há anos se vive em Portugal não é aceitável. Sejamos claros: as eleições legitimam um político, mas não o dispensam da ética. Pelo contrário, reforçam a sua exigência", disse, recordando a frase do fundador do PSD Francisco Sá Carneiro de que "a política sem ética é uma vergonha". Telejornal, 6 de fevereiro de 2025
O candidato presidencial salientou que "não chega falar de ética". "É preciso aplicá-la. O presidente da República não faz leis, mas tem de intervir para fazer esta pedagogia democrática. É essencial inverter a degradação que atinge a nossa democracia, é mesmo obrigatório", considerou.
“É preciso evitar crises políticas. Não podemos passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas. Isso não é modo de vida”, apontou.
“Cabe ao Governo e aos partidos resolverem esses impasses e esses bloqueios”, afirmou, acrescentando, porém, que “o presidente da República tem de dar o seu contributo ativo e arbitral”.
Em quinto lugar, o compromisso na política externa e em particular na Europa. "Portugal não é na UE um país pequeno ou irrelevante. Somos um país médio. E há países mais pequenos do que nós que são grandes exemplos de sucesso. A ambição tem de ser um dos nossos grandes desafios", reiterou.
Por último, o compromisso enquanto comandante supremo das Forças Armados. “Quero ser um referencial de convergência, na dignificação das nossas Forças Armadas”, disse.
“Estou aqui de forma convicta, genuína e de forma empenhada para lutar para ganhar. Tudo farei para merecer a confiança maioritária dos portugueses”, concluiu.
Embora avance com o apoio da cúpula social-democrata, o candidato não convidou para a sessão qualquer figura nacional do partido. Convidou apenas o presidente da Câmara Municipal de Fafe, Antero Barbosa, que fez uma intervenção inicial na qual assumiu o apoio a Marques Mendes.
"Considero que Portugal precisa na Presidência da República de uma pessoa com o seu perfil, com a sua elevada experiência, com os seus amplos conhecimentos da vida política e com provas dadas de dedicação plena às causas da liberdade e da democracia", disse Antero Barbosa, eleito e recandidato às próximas autárquicas pelo PS.