"Nada escondido, tudo legal". Castro Almeida descarta conflito de interesses

por RTP
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Foto: António Pedro Santos - Lusa

Castro Almeida, ministro adjunto e da Coesão Territorial, confirma que teve "uma sociedade durante mais de 25 anos" mas que sempre a declarou. O governante adianta ainda que decidiu vender a sua quota na sequência das polémicas em torno da Lei dos Solos.

Questionado sobre a posse e venda das quotas da sociedade, o ministro Castro Almeida acrescentou que "agora, neste Governo, declarei [essa empresa] à Entidade da Transparência. Tudo claro, nada escondido, tudo legal".

"Há três ou quatro semanas, no mês de janeiro, decidi vender a minha quota porque se começou a gerar no espaço público a ideia de que ter uma empresa imobiliária era uma vantagem com a Lei dos Solos", justificou o governante que participou na definição dessa nova legislação.

"O que é um erro, porque a lei se aplica a qualquer cidadão", sublinhou em entrevista à RTP.

Questionado sobre se beneficiaria de vantagens com uma lei que legislou, diz: "Por minha iniciativa [resolvi] cortar o mal pela raiz". Reitera que quis dessa forma mostrar que não fez a Lei dos Solos para tirar qualquer vantagem própria.

Confrontado com o facto de ter aceitado a demissão do secretário de Estado Hernâni Dias, que constituiu duas empresas enquanto governante, e se não estava a ser incoerente por se tratar de um caso semelhante, defendeu que Hernâni Dias admitiu ter cometido uma imprudência.

Sobre a lei, continua a dizer que é uma lei boa e fundamental. 

Castro Almeida rejeitou ainda as acusações de ajustes diretos a um sócio quando era autarca em São João da Madeira.

"Qual o problema?". O ministro do Território diz que não vê qualquer razão que levaria a perder a confiança política do primeiro-ministro, com o qual não falou ainda por considerar que não há nada de novo assinalável.

O ministro Castro Almeida teve até há uma semana uma participação numa empresa imobiliária.

Manuel Castro Almeida terá passado a quota aos restantes sócios já depois da polémica relacionada com o secretário de Estado Hernâni Dias.

Levantam-se de novo dúvidas sobre um potencial conflito de interesses, porque esta empresa pode beneficiar da Lei dos Solos, que está sob a tutela direta deste governante.
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