Montenegro levou a Belém a sua disponibilidade para ser indigitado primeiro-ministro
Luís Montenegro saiu da reunião com o presidente da República depois de manifestar a Marcelo Rebelo de Sousa a "disponibilidade para ser indigitado primeiro-ministro". "Estamos focados nos problemas dos portugueses", declarou o líder do PSD à saída da audiência em Belém, onde foi recebido pelo presidente da República no âmbito das eleições legislativas de 10 de março, assegurando que mantém a motivação manifestada durante a campanha eleitoral.
“Estamos absolutamente concentrados em ter uma economia mais forte com um percurso de crescimento duradouro que permita melhores salários e que por via disso a classe média possa ficar mais desafogada e os nossos jovens tenham esperança de connosco construir o futuro do nosso país”, acrescentou Montenegro, assinalando o desejo de que com as suas políticas “os principais serviços públicos possam dar as respostas que hoje falham aos portugueses na saúde na habitação e na educação”.
Questionado pelos jornalistas, Luís Montenegro escusou-se a esclarecer sobre a possibilidade de a IL vir também a integrar o executivo ou sobre a eventual apresentação de um Orçamento Retificativo: “As questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do governo serão tomadas, comunicadas e explicadas quando houver governo”.
Relativamente à composição do futuro executivo, Montenegro disse que “a maior representação parlamentar que há na Assembleia da República que assumirá funções é da AD. Há uma maioria, relativa, não absoluta. Essa maioria é constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP, é com base nessa maioria, se for esse o entendimento do Presidente da República, que apresentaremos o nosso Governo”.
Mal terminou esta reunião, que durou cerca de uma hora e 40 minutos, a assessoria da Presidência da República informou que "poderá haver uma nova audiência" ainda hoje ao presidente do PSD e líder da AD, Luís Montenegro, depois de apurados os resultados dos votos da emigração.
"Tudo o mais, a concretização do que quer que seja, caberá ao Governo que ainda não existe, quando existir dará essa resposta a todas as comunicações que foram proferidas", respondeu Montenegro.
Afastou, por outro lado, a possibilidade de vir a aprovar um Orçamento do Estado. Diz que a distância entre os dois partidos torna esse cenário "praticamente impossível", já que "um orçamento geral do Estado é uma declinação dos programas eleitorais e os programas dos partidos são muito diferentes. O próprio líder da AD disse numa entrevista durante a campanha que a distância do programa do PS para com a AD era tanta que não se via a viabilizar um programa do Partido Socialista - e nós achamos o mesmo".