Foto: André Kosters - Lusa
Luís Montenegro foi atingido com tinta verde por um ativista climática, esta manhã, na Bolsa de Turismo de Lisboa. O líder da Aliança Democrática reagiu ao incidente dizendo que respeita quem se manifesta mas que se o objetivo era abordar "as alterações climáticas" podiam ter "conversado". Entre reações de solidariedade dos vários adversários políticos e figuras da política nacional, as quais agradeceu, o presidente do PSD anunciou que vai formalizar uma queixa contra o jovem, entretanto detido pela PSP.
O líder social-democrata reiterou ainda o "compromisso com as preocupações com o clima e o ambiente".
"Na organização de Governo, formarei um Conselho de Ministros temático especializado para a transição climática e energética", afirmou. "Portanto, creio que era essa a mensagem que me queriam enviar de sensibilização para essas matérias".
Contudo, Montengro considerou "que não era necessário" abordar a questão desta forma.
"Não me causa um transtorno excessivo", disse ainda, lamentando apenas que vá "atrasar a agenda".
O presidente do PSD, Luís Montenegro, foi hoje atingido com tinta verde por um jovem à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde se deslocou em campanha eleitoral.
“Até já, bom trabalho a todos”, disse Montenegro antes de entrar no carro.
Minutos após a saída do presidente do PSD, a assessoria de imprensa da AD informou jornalistas no local de que Montenegro já não voltaria à BTL, ficando a visita a cargo de Nuno Melo, que foi apenas atingido numa parte da sua roupa.
O ataque de hoje ao PSD é um ataque à liberdade na campanha eleitoral e portanto à democracia. Se os autores desta ação alegam uma causa justa, então são os piores defensores dessa causa.
— mariana mortágua (@MRMortagua) February 28, 2024
O que aconteceu em Lisboa, em que o candidato da AD foi atacado com tinta, é um ato desprezível e de cobardia. Isto não ajuda causa nenhuma, não representa de todo os jovens portugueses e merece condenação inequívoca. Solidariedade!
— André Ventura (@AndreCVentura) February 28, 2024
"Quem usa formas de protesto que possam atentar à integridade física está a legitimar as forças mais extremistas da sociedade, contribuindo para atacar a democracia e a Liberdade", vincou o líder da Iniciativa Liberal.
Quem usa formas de protesto que possam atentar à integridade física está a legitimar as forças mais extremistas da sociedade, contribuindo para atacar a democracia e a Liberdade.
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) February 28, 2024
Inaceitável e contraproducente para as causas que dizem defender.
"O PAN não tem qualquer ligação a estes movimentos da sociedade civil. Respeitamos a independência e autonomia destes movimentos", disse a candidata do PAN aos jornalistas, acrescentando: "Ao invés de atirar tinta e estarmos a discutir esta ação, seria importante estarmos a discutir as políticas ambientais de cada força política".
Inês Sousa Real disse compreender a "frustração dos jovens, que vão pagar uma fatura ambiental muito pesada", mas considerou que a "sua força deve ser manifestada quer na rua, através de manifestações, como existiam antes pandemia, quer no boletim de voto".
O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100 por cento eletricidade renovável e gratuita.
"Nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência. (...) Nenhum partido tem legitimidade para criar governo se continuar a ignorar a maior crise que a humanidade já enfrentou", diz Vicente Magalhães, estudante e porta voz da ação, citado no comunicado.
Sobre as medidas da AD, os estudantes acusam-no de defender "o sistema fóssil que coloca o lucro à frente da vida".
O grupo lembra que as eleições de 10 de março dão mandato até 2028, pelo que o próximo Governo será o último que pode garantir o fim aos fósseis até 2030.
Segundo a PSP, quatro dos cinco ativistas do grupo foram abordados de imediato pela polícia e tinham na sua posse uma lata de tinta que foi apreendida, mas um dos jovens "não foi monitorizado em tempo, motivo pelo qual conseguiu atingir" o líder da Aliança Democrática com tinta verde, bem como outros membros da comitiva.
A PSP refere que o ativista "foi de imediato intercetado e detido", tendo sido apreendida a lata de tinta utilizada para cometer o ilícito criminal.
(com Lusa)