Moção de censura. Ventura condena "falta de transparência" e de respostas de Montenegro
O líder do Chega, partido que solicitou o debate de moção de censura ao Governo de Luís Montenegro que decorre esta sexta-feira no Parlamento, acusou o primeiro-ministro de falta de transparência num caso de "incompatibilidade patrimonial". André Ventura disse também ter telefonado para o contacto da empresa que Montenegro explicou ter vendido e garantiu que esse contacto é o do próprio primeiro-ministro.
Além destas, soube-se que também o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro de Almeida, deteve, até há uma semana, uma participação numa imobiliária.
Sobre o caso de Luís Montenegro, André Ventura disse ter telefonado para o contacto da sede da empresa em questão esta manhã. “Imaginem de quem é o número de telefone. Não, não é de nenhum gestor da empresa”, declarou.
“O número de telefone desta empresa – que alegadamente foi transmitida, vendida ou cedida – é deste homem que está aqui, é primeiro-ministro de Portugal e tem o seu contacto na empresa que diz que cedeu”, acusou Ventura.
“Mas, sobretudo, que relação têm com o Estado, se algum dia receberam dinheiro público” e “porque é que já como primeiro-ministro, alterou o objeto de uma sociedade que não ia usar, que não queria usar e que sabia que não iria usar”.
Na visão do Chega, essa alteração foi feita “por uma única razão: porque sabia que podia vir a fazer negócios nesta área”.
Como André Ventura não respondeu a seguir a esta pergunta, Hugo Soares declarou que ele mesmo iria entregar na mesa da Assembleia da República um documento em que "constam os nomes dos deputados do Chega" com interesses no ramo do imobiliário.