O ministro da Saúde admite estar "surpreendido por não haver acordo" com os sindicatos apesar da proposta de aumento salarial dos médicos recém-especialistas. Quanto ao aumento de casos de Covid-19 em Portugal, Pizarro garante que o Governo está atento à situação e que a principal medida que está em cima da mesa "é a vacinação".
"O que nós propomos é que as Unidades de Saúde Familiar, com a remuneração dos profissionais associada ao desempenho (...), seja agora generalizado a todos os cuidados de saúde primários do país", começou por dizer aos jornalistas.
"Isso conduz a que exista muito maior capacidade de atendimento das pessoas", acrescentou. "Nós estimamos que a generalização das USF, por si só, fará com que mais 300 mil portugueses venham a ter médico de família e também aumentará a satisfação dos profissionais".
Nos cuidados hospitalares, a proposta do Ministério é "a generalização de um modelo de dedicação plena". E para esses profissionais, o que o Governo propõe "é um aumento de 33 por cento".
Isto é, o salário de um "médico recém-especialista, um médico que começa a sua atividade no hospital", aumentará de cerca de 2860 euros para cerca de 3780 euros, ou seja, um aumento de mais de 900 euros.
Ainda assim, os sindicatos vão manter as greves. O ministro diz que "para se fazer um acordo é preciso entendimento dos dois lados", admitindo que em alguns caso está "surpreendido por não se ter chegado a acordo".
Apesar das greves dos últimos tempos, Manuel Pizarro elogiou "a atitude dos médicos", admitindo que os profissionais têm respeitado "escrupulosamente os serviços mínimos", nunca deixando em causa situações que "gerem insegurança" aos utentes.
"O Governo ouve sempre as propostas e pondera sempre as propostas que lhe fazem, naturalmente com critérios de razoabilidade".
"O que nós queremos é que todos os portugueses com mais de 60 anos se vão vacinar contra a covid-19", frisou o ministro.