Miguel Morgado apoia Montenegro que aponta como "melhor líder parlamentar" das últimas décadas

por Lusa

O antigo dirigente do PSD Miguel Morgado manifestou hoje o seu apoio a Luís Montenegro na candidatura à liderança do partido, considerando que foi "o melhor líder parlamentar" dos sociais-democratas nos últimos vinte anos.

Em declarações à Lusa, o antigo deputado e assessor político de Pedro Passos Coelho defendeu que as eleições diretas de 28 de maio "são muito importantes" e não servem apenas para "cumprir calendário".

"É delas que vai sair o próximo presidente do PSD que sucede a quatro anos de mandato de Rui Rio. Como se sabe, faço um balanço muito negativo dos muitos danos causados ao partido e até ao futuro político da alternativa ao poder socialista por esta presidência e a estratégia que desenvolveu", afirmou.

Miguel Morgado saudou que, nesta disputa, existam dois candidatos à presidência do PSD - Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva - que "preenchem os requisitos necessários para a liderança da oposição e não estão obcecados com uma estratégia de afunilamento do PSD e do seu eleitorado".

"Mas eu fui vice-presidente do Luís Montenegro quando ele foi líder da bancada parlamentar, pude testemunhar a sua capacidade de liderança, de decisão, de coragem, de articulação dos problemas do país com as respetivas soluções", afirmou, salientando a sua "honra e orgulho" em ter pertencido a esta direção da bancada entre 2016 e 2018.

"Acho que, neste momento, é ele quem reúne as condições e requisitos para se assumir como líder da posição e derrotar, quando houver eleições, o PS no poder", considerou.

Para Miguel Morgado, Luís Montenegro "foi o melhor líder parlamentar que o PSD teve nos últimos 20/25 anos", salientando que exerceu funções durante uma "fase muito difícil", quando Portugal estava sob o programa de ajustamento da `troika`, executado pelo Governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho.

Por outro lado, o antigo deputado considerou que Luís Montenegro "tem a consciência mais clara do posicionamento político do PSD no sistema democrático português" e "acertou em cheio" no maior problema económico, social e político do país.

"O grande conjunto da população mais lesada por 25/30 anos de poder socialista é a classe média trabalhadora que não tem rendimentos suficientes para cumprir o desígnio da mobilidade social, para realizar as suas aspirações e os seus sonhos em Portugal", apontou.

Miguel Morgado defendeu que "é para essas pessoas que o PSD deve falar, sem complexos ideológicos e sem estratégia de afunilamento", dizendo que os trabalhadores "que têm salários baixos e não são devidamente compensados pelas estruturas do Estado" constituem a maioria do povo português.

Questionado sobre o posicionamento dos dois candidatos em relação ao Chega, Miguel Morgado considerou "essa discussão estéril até porque nem haverá eleições" tão cedo, mas considerou que Jorge Moreira da Silva "comete o erro de querer fazer do Chega o protagonista da sua campanha".

"O que não quer dizer que se esteja a acolher a direção do Chega com um programa político totalmente incompatível com os princípios e programa do PSD nessa família não socialista a federar. O que se está a falar é de uma estratégia contrária à de Rui Rio, onde só cabia quem Rui Rio e os seus mais próximos consideravam ser do centro e da social-democracia pura", referiu.

"Parece-me que Luís Montenegro está a fazer apelo - e o Jorge Moreira da Silva também à sua maneira - ao PSD como um grande partido popular", completou.

As eleições diretas no PSD realizam-se em 28 de maio e são candidatos anunciados o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva.

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