Miguel Macedo apresentou a sua demissão do cargo de ministro de Administração Interna por considerar que a sua autoridade foi posta em causa devido à investigação sobre a atribuição dos vistos gold. Miguel Macedo rejeitou contudo qualquer responsabilidade pessoal no caso.
A decissão já foi comunicada ao Presidente da República e Miguel Macedo "em breve será substituído" no cargo da Administração Interna, disse entretanto à Lusa fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro.
Miguel Macedo disse que decidiu demitir-se para "defender o governo, a autoridade do estado e a credibilidade das instituições".
O nome de Miguel Macedo tem sido indiretamente envolvido no caso dos detidos e na investigação sobre corrupção com os vistos Gold. O ministro da Administração Interna mantém relações próximas com alguns dos envolvidos, nomeadamente no que respeita a uma empresa - JMF- com ligações a alguns nomes conhecidos.
Uma das empresas que está a ser investigada é a JMF Projects & Business. Um dos sócios fundadores foi o precisamente o agora ex- ministro da Administração Interna. Outro foi Luís Marques Mendes. E desta empresa faz também parte a filha do principal suspeito do caso, António Figueiredo, presidente do Instituto de Registos e Notariado. Miguel Macedo desvinculou-se da JMF no ano em que foi para o governo.
Numa declaração lida no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo considerou que a sua autoridade enquanto governante ficou diminuída depois das investigações da Operação Labirinto, que visam alegados casos de corrupção na atribuição de vistos 'gold'.
